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Venezuela terá PIB menor e mais inflação, diz FMI
DO ENVIADO A WASHINGTON
Se as previsões do FMI estiverem corretas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverá enfrentar sérios
problemas políticos nos próximos anos.
O Fundo prevê uma combinação entre duas notícias
bastante ruins para o país,
atualmente inimigo político
do governo norte-americano: acentuada queda no ritmo de crescimento e estouro
na inflação, provocado, principalmente, pelo aumento do
gasto público no país.
A Venezuela cresceu
10,3% ao ano no biênio
2005-06. A previsão de alta
no PIB para 2007 é de 6,2%.
Para o ano que vem, de 2%.
Isso colocaria o país na "lanterninha" da América Latina,
com um crescimento equivalente à metade do previsto
para a região.
Já a inflação, que fechou o
ano passado em 13,6%, passaria para 21,6% em 2007 e
pularia para 25,7% no ano
que vem.
Nos últimos anos, a Venezuela acelerou rapidamente
os gastos públicos relacionados à área social, lastreando
essas despesas nas altas receitas e preços obtidos com o
petróleo que produz e exporta. O cenário do Fundo Monetário para os preços do petróleo em 2007 e 2008 é de
alta moderada, mas longe
dos picos alcançados há alguns meses.
Argentina
Na região, a Argentina
também está entrando em
trajetória semelhante, embora com uma curva bem
mais moderada. O crescimento do país de 7,5% previsto para 2007 (8,5% em
2006) deverá cair para 5,5%
no ano que vem, mas ainda
permanecendo entre os mais
altos da América Latina.
A inflação, em contrapartida, deve se manter na casa
dos dois dígitos, com tendência de alta. Os preços no país
aumentaram 10,9% em
2006, e a previsão é que subam a 12,7% até o final do
ano que vem.
A média de inflação prevista para a América Latina é de
5,2% neste ano e 5,7% no
próximo. Somente Venezuela e Argentina devem ficar no
patamar de dois dígitos. Em
países menos desenvolvidos,
a inflação é um dos obstáculos que mais atrapalham
uma melhor distribuição de
renda.
(FERNANDO CANZIAN)
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