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Para José Alencar, BC
desperdiçou chance
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A poucos dias de assumir interinamente a Presidência da República, o vice-presidente José Alencar, 72, afirmou que o Banco Central tem hoje menos folga para
baixar os juros do que no passado
recente, embora continue achando que sempre há tempo para a
redução das taxas. "Já tivemos
ocasiões até melhores do que agora para baixar os juros, mas o Brasil é muito rico e muito grande, e
sempre há tempo para isso."
Apesar disso, Alencar continua
sendo um dos maiores críticos
dos juros. Ele diz que as taxas pagas no Brasil são as mais elevadas
do mundo, prejudicam o desempenho da economia e ainda aumentam a dívida do país. "Esse
juro é um absurdo", afirma.
Para ele, "o Brasil deveria perseguir uma taxa de juro de padrão
internacional e condizente com a
realidade brasileira". A taxa Selic
(básica) está em 16% ao ano.
As declarações de Alencar foram feitas ontem à Folha durante
conversa por telefone de sua casa,
no Rio. Na semana que vem,
Alencar assume interinamente a
Presidência durante a viagem de
Luiz Inácio Lula da Silva à China.
Alencar afirma que o Brasil precisa se preocupar menos com os
movimentos de altas e baixas do
mercado financeiro, como os dos
últimos dias. De acordo com ele, o
mercado vive de expectativas, que
nem sempre se confirmam. O
mercado recuou em razão da
perspectiva de o Fed (o Banco
Central americano) elevar os juros, atualmente em 1% ao ano.
Para Alencar, mesmo que os
EUA aumentem os juros de 1%
para 2%, os juros no Brasil ainda
continuarão muito mais atraentes
para os investidores estrangeiros
e, portanto, a queda do mercado
teria sido exagerada.
São em momentos como esses,
segundo o vice-presidente, que o
profissional do mercado tem a
chance de ganhar dinheiro.
"O profissional lucra na expectativa, mesmo que ela não se concretize. Uma queda exagerada na
Bolsa de Valores abre excelente
oportunidade para se comprar
ações a preço vil."
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