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"PROJETO CARNAVAL"
Documentos teriam indícios de formação de cartel pelas fixas
SDE descobre papéis do caso Embratel
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A SDE (Secretaria de Direito
Econômico) descobriu novos documentos contendo indícios de
formação de cartel entre as operadoras de telefonia fixa Brasil Telecom, Telemar e Telefônica.
Segundo o secretário de Direito
Econômico, Daniel Goldberg, os
documentos foram obtidos em
diligências realizadas em São Paulo. Ele disse que por motivos de sigilo não pode informar quem forneceu os documentos e qual o
teor dos papéis.
Assim como os documentos
apreendidos pela polícia de São
Paulo, no mês passado, na sede da
Telefônica, os novos papéis estão
sendo periciados pela SDE. Os documentos encontrados na Telefônica revelavam a intenção das três
operadoras de alinharem preços
pelo teto caso ganhassem a disputa pelo controle acionário da Embratel, conforme revelou a Folha.
As três operadoras de telefonia
fixa criaram um consórcio -Calais- para tentar adquirir a ex-estatal. A oficialização do consórcio foi feita em fevereiro -daí o
nome "projeto Carnaval". Na disputa pela Embratel, a Telmex acabou ganhando.
Ontem, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) realizou audiência pública para ouvir os envolvidos no processo de venda da Embratel. Os órgãos de defesa da concorrência
analisam três denúncias contra as
operadoras de telefonia fixa por
formação de cartel.
O conselheiro Luiz Alberto Scaloppe, que é relator do pedido de
medida cautelar apresentado pela
Embratel contra as empresas, decidiu realizar a audiência com o
principal objetivo de discutir os
efeitos danosos de um eventual
cartel para os consumidores.
Na audiência de ontem, a Embratel, a Fittel (Federação dos Trabalhadores em Telecomunicações) e a Telcomp (Associação
Brasileira das Prestadoras de Telecomunicações Competitivas)
reafirmaram as denúncias contra
as operadoras.
As empresas são acusadas de dividir mercado, evitando concorrência entre si, criar obstáculos
para outros concorrentes, acertar
participação em licitações, entre
outras práticas. Segundo Goldberg, são nove acusações. "Todas
elas tratam de um único problema: falsear a livre concorrência",
disse o secretário.
Representantes da Telemar e da
Telefônica participaram da audiência e rebateram as acusações.
A Brasil Telecom não se posicionou durante a reunião.
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