São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Preço do álcool recua 30% em três semanas

Mais usinas e antecipação da colheita ajudam a queda

DA REDAÇÃO

O preço do álcool combustível caiu cerca de 30% nas usinas paulistas nas últimas três semanas, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A maior queda foi registrada nesta semana, chegando a 13,8% e levando o litro do combustível para R$ 0,7495. De acordo com o Cepea, a redução dos preços é resultado do estágio mais avançado de processamento da cana e do aumento da produção.
Segundo a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), 145 das 268 usinas do centro-sul já começaram a moenda para a produção de açúcar e álcool. No ano passado o processamento começou mais tarde, tanto que na segunda semana de maio a queda no preço do álcool nem havia chegado a 1%, segundo dados do Cepea.
"Algumas unidades anteciparam a moagem por ser a primeira safra, outras estão aproveitando a demanda aquecida", afirma a pesquisadora em açúcar e álcool do Cepea, Evelise Rasera Bragato.
Os preços também podem ser impactados pela safra maior. Segundo a estimativa da Conab, a produção nacional da safra 2006-2007 ficará 10,3% acima da anterior, chegando a 475,73 milhões de toneladas. Não há estimativa de quanto já está em processamento, mas ainda há a expectativa de queda nos preços. É que, apesar de a maioria das unidades terem começado o processamento no mês passado, a safra termina só em dezembro, e no Nordeste ela só começa em setembro.
No entanto, Evelise ressalta que há fatores climáticos e de mercado que podem levar o preço para outro caminho. "Parte da produção pode ir para o exterior, há possibilidade de estocagem do produto ou de retenção do álcool destinado ao mercado nacional por meio dos contratos", diz a pesquisadora.
O álcool anidro, misturado à gasolina, também teve uma queda brusca na última semana, chegando a ter o preço reduzido em 8,04%. No entanto, segundo Evelise, a prioridade dos produtores é a produção de álcool combustível, por isso a queda foi maior (13,8%).
"Nem sempre é assim, o comportamento é diferente a cada ano. Neste, os produtores estão aproveitando a venda de carros flex." Segundo a Anfavea, 82,1% dos automóveis licenciados no mês de abril de 2007 foram bicombustíveis, um total de 139.555 veículos.


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