São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Greenspan vê 1/3 de chance de recessão

Para ex-presidente do Fed, não há dúvida de que EUA vivem desaceleração

Greenspan afirma que a moeda chinesa, o yuan, deveria se valorizar em um ritmo muito mais rápido do que o adotado atualmente


DA BLOOMBERG

Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos), disse que há chance de dois terços de os EUA evitarem uma recessão, apesar da desaceleração da economia do país.
"No momento, ainda mantenho o que disse antes, que, em termos algébricos, as chances de não entrarmos em recessão são de dois para um", disse ontem Greenspan, segundo gravação de seus comentários durante conferência em Cingapura.
No final de fevereiro passado, Greenspan previu que o crescimento da economia dos Estados Unidos poderia se estagnar. Em março, ele disse que havia "probabilidade de um terço" de ocorrer uma recessão neste ano e que a atual expansão não teria o poder de resistência do crescimento anterior, que durou uma década.
"Não há dúvida de que há uma desaceleração ocorrendo nos EUA", afirmou o ex-presidente do Fed. "Nós estamos claramente tendo problemas na área de gastos de capital, além de potencialmente no setor de consumo. E obviamente o setor de imóveis residenciais é um fardo significativo."
Anteontem, o mercado de ações americano registrou sua maior queda em quase dois meses, após o recuo das vendas no varejo, a alta dos preços dos produtos importados e a ampliação do déficit comercial terem intensificado o receio de que a economia dos EUA irá desacelerar.
Na quarta, o Fed manteve a taxa básica de juros em 5,25% e disse que a inflação é o maior risco para a economia americana, apesar da desaceleração, que já dura um ano.

Moeda chinesa
A China deveria permitir que o yuan se valorizasse a um ritmo "muito mais rápido" do que o que tem sido adotado, disse Greenspan. O BC chinês permitiu que sua moeda se valorizasse 7,7% desde que o país eliminou, em julho de 2005, sua âncora cambial, que atrelava a divisa chinesa ao dólar.
"A menos que a intervenção no mercado de câmbio cesse, o que é uma outra maneira de dizer que eles permitirão a valorização do yuan, em algum momento ficará extremamente difícil para eles lidarem com o problema do desequilíbrio. Eles não podem fazer isso indefinidamente sem enfrentar conseqüências muito sérias."
As reservas cambiais da China são as maiores do mundo e foram acumuladas em parte por meio de compras de títulos do Tesouro dos EUA denominados em dólar -aquisições que foram realizadas para conter a valorização do yuan. As reservas chinesas atingiram seu recorde, de US$ 1,2 trilhão, no fim de março passado.


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