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Crise derruba índice mundial de pirataria de softwares
Valor movimentado pelo mercado ilegal teve 3% de queda em 2009 em relação a 2008
Para especialistas, resultado se deve ao aumento na venda de computadores novos, que já saem com programas instalados
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao contrário do que se imagina, a recessão mundial fez com
que caíssem os índices de pirataria de software no mundo, inclusive no Brasil.
Em 2009, a comercialização
de programas de computador
não licenciados movimentou
US$ 51,4 bilhões, uma queda de
3% em relação ao ano anterior.
É o que revela uma pesquisa
feita pelo IDC (International
Data Corporation) para a BSA,
um dos maiores grupos internacionais de TI (tecnologia da
informação) do mundo.
Mesmo assim, na média, a
participação dos piratas no total teve alta de dois pontos percentuais, passando de 41%, em
2008, para 43% em 2009. O índice reflete a participação do
"mercado cinza" em relação às
vendas do varejo oficial.
Segundo os especialistas, em
tempos de crise econômica é
comum ocorrer aumento do
uso de softwares piratas. Isso
porque tanto consumidores
quanto empresas deixam de investir na compra de versões
atualizadas e oficiais.
A tendência se confirmou em
alguns países, mas foi compensada pelo crescimento de venda
de computadores em países em
desenvolvimento. Essas máquinas saem da loja com software original instalado.
Somente em 2009, o grupo
de nações em desenvolvimento
foi responsável por 86% do
crescimento das vendas de PCs
no mundo. Esses países compraram 8,4 milhões de unidades. Desse total, Brasil, China e
Índia adquiriram 7,6 milhões.
Outro fator importante foi a
ação de países para coibir a venda de piratas. A iniciativa mais
recente é o Acta (acordo comercial antipirataria, na sigla
em inglês), que propõe barreiras comerciais duras e sanções
contra países em defesa da propriedade intelectual.
Brasil formal
"No Brasil, a rápida recuperação econômica evitou o impacto na oferta de crédito nas
redes varejistas, e isso ajudou
no aquecimento das vendas
formais e na redução da taxa de
pirataria", diz Frank Caramuru, diretor-geral da BSA.
A diferença de preço de máquinas de procedência duvidosa caiu em relação ao varejo tradicional. "Os consumidores
passaram a preferir comprar
em locais que oferecem garantia e ainda parcelam as compras", diz Caramuru.
Resultado: entre 2008 e
2009, a taxa de pirataria no
Brasil passou de 58% para 56%.
Em cinco anos, a queda foi de
oito pontos percentuais.
Apesar disso, as perdas em
valores comerciais sofreram alta. Estima-se que o varejo oficial deixou de vender US$ 2,2
bilhões em 2009, contra US$
1,6 bilhão em 2008.
Para chegar a esses valores, o
IDC pesquisa trimestralmente
a base instalada de computadores de 105 países e a quantidade
de softwares instalados. Para o
levantamento da BSA, seis outros países foram incluídos.
A taxa de pirataria foi definida dividindo a quantidade de
programas sem licença pelo total instalado em todos os computadores de cada país.
O universo de softwares piratas foi obtido subtraindo do total de softwares instalados a
quantidade que foi paga (dado
fornecido pelos fabricantes de
programas de computador).
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