São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

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Após euforia, Bolsa recua 1,57%; dólar vai a R$ 1,78

Investidores questionam eficácia de pacote na Europa

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a onda de entusiasmo, anteontem, com o pacote europeu, analistas e investidores ponderaram que o plano pode ser positivo para atacar os problemas de curto prazo, mas ter efeito limitado para questões como a retomada do crescimento e a queda do deficit de países como Grécia e Portugal.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) refletiu essas dúvidas e teve um dia volátil, alternando momentos de recuperação e realização (vendas mais fortes). Encerrou o dia em baixa de 1,57%. O giro financeiro continua abaixo da média, na casa dos R$ 6 bilhões.
No exterior, as principais Bolsas europeias sofreram quedas entre 3,3% (Espanha) e 0,7% (França), com exceção da Alemanha, onde o índice Dax subiu 0,32%. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,34%, enquanto a Nasdaq (ações de tecnologia) mostrou leve alta de 0,02%.
"Ainda há muitas dúvidas de que esse plano vá realmente funcionar. Afinal, esses 750 bilhões são suficientes? Se não forem, quanto será suficiente? Portugal e Espanha já foram contaminados?", questiona o analista Eduardo Oliveira, da Um Investimentos.

Teles
Os destaques do dia foram as ações do setor de telefonia. A ação preferencial da Vivo chegou a subir mais de 8% no decorrer do pregão e fechou o dia em alta de 5,05%, após movimentar mais de R$ 100 milhões em negócios.
O giro foi resultado da notícia de que a Portugal Telecom rejeitou oferta de 5,7 bilhões feita pela Telefónica pela participação da companhia portuguesa na operadora brasileira. A oferta teve preços bem acima dos praticados pelo mercado.
Outros papéis do setor também subiram com força na Bovespa: a ação ordinária (com direito a voto) da TIM avançou 8,5%, enquanto a preferencial teve ganho de 5,26%. A ação preferencial da Oi subiu 3%.
As ações da Telesp, concessionária de telefonia fixa controlada pela Telefónica, avançaram 1,88%.
Os investidores puderam avaliar ontem o tamanho do estrago ocorrido na semana passada, quando uma falha técnica (ainda sob investigação) no mercado norte-americano, aliada a preocupações sobre a Grécia, gerou momentos de pânico global nas Bolsas.
A Bovespa revelou que os investidores estrangeiros tiraram R$ 1,14 bilhão até o dia 7, mais que todo o saldo negativo de abril (R$ 1,07 bilhão).
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,783, acréscimo de 0,33% sobre o fechamento anterior. A cotação oscilou entre o valor mínimo de R$ 1,77 e o máximo de R$ 1,79. Na semana passada, havia fechado a sexta-feira na casa de R$ 1,85.


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