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Tesouro vai lançar R$ 5 bi em títulos
da Sucursal de Brasília
Na próxima terça-feira, o Tesouro Nacional lançará no mercado
interno R$ 5 bilhões em títulos públicos federais. Com parte desses
títulos, o Tesouro tentará ampliar
o prazo de resgate dos títulos públicos prefixados.
Na terça-feira, serão ofertados ao
mercado R$ 500 milhões em LTNs
(Letras do Tesouro Nacional) com
vencimento em 5 de janeiro do
próximo ano. Ou seja, com prazo
de 203 dias.
Nas quatro semanas seguintes, o
governo vai oferecer, a cada terça-feira, mais R$ 500 milhões -sempre com vencimento em 5 de janeiro.
Para que esses títulos tenham as
mesmas características, o prazo de
resgate será reduzido em sete dias
a cada emissão, de maneira que o
prazo do último lote será de 175
dias.
Ou seja, ao final da emissão o governo terá R$ 2,5 bilhões em LTNs
com vencimento em 5 de janeiro
de 2000.
O secretário do Tesouro, Eduardo Guimarães, disse que a concentração de títulos com as mesmas
características amplia a oferta de
papéis no mercado secundário e
permite a formação de um preço
referencial.
O mercado secundário de títulos
é onde são feitas operações de
compra e de venda sem a participação do governo.
Guimarães disse que a oferta semanal de R$ 500 milhões em LTNs
poderá ser elevada se houver muita
procura no leilão da próxima terça-feira, mas o estoque final será
sempre de R$ 2,5 bilhões.
A estratégia de oferecer títulos
com características iguais durante
um certo período deverá ser mantida, afirmou o secretário. Há três
semanas que o governo não consegue colocar no mercado LTNs com
prazo de seis meses -as últimas
emissões foram de três meses.
O secretário disse ainda que na
próxima terça-feira será ofertado
R$ 1 bilhão em LTNs com prazo de
três meses, além de R$ 3,5 bilhões
em LFTs (Letras Financeiras do
Tesouro) com resgate de dois anos.
A LFT é um título pós-fixado, cuja remuneração só é conhecida
posteriormente.
No último leilão de LTNs, anteontem, com prazo de 89 dias, o
governo aceitou pagar remuneração média de 22,57% -0,57 ponto
percentual acima dos juros de curto prazo.
Desde o último dia 19, os compradores estão apresentando insegurança quanto ao futuro dos juros no país (apesar de ter acontecido nova queda no intervalo), pedindo taxas maiores para comprar
os papéis prefixados.
Um leilão de LTNs teve de ser
cancelado pelo BC, devido à disparidade de taxas pedidas pelo mercado.
Mudança de posição
O fim da isenção de Imposto de
Renda (IR) dos fundos de renda fixa para o capital estrangeiro, no
dia 30, pode afetar a compra de papéis lastreados pelo governo, segundo analistas de mercado.
A instabilidade apresentada pelo
mercado brasileiro é outro fator
que deve influenciar na fixação de
taxas pedidas nos leilões.
"Os investimentos externos vêm
com planejamento. Hoje, com a
velocidade do dinheiro e com a
grande especulação, os investidores não parecem muito dispostos a
colocar o dinheiro em papéis brasileiros, a não ser com remuneração muito boa", disse Carlos Alberto Abdalla, da Souza Barros.
Colaborou a Reportagem Local
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