São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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EXUBERÂNCIA IRRACIONAL
Vendas no varejo crescem 1% em maio; Fed deve elevar taxa de 4,75% para 5% no dia 30 deste mês
Economia dos EUA indica que juro subirá

das agências internacionais

Dados sobre o desempenho da economia norte-americana em maio, divulgados ontem, voltaram a reforçar a tese de que o Fed (o banco central dos Estados Unidos) irá elevar as taxas de juros do país em sua próxima reunião, no dia 30 deste mês.
Esse receio fez a Bolsa de Nova York operar mais uma vez com instabilidade ontem. O índice Dow Jones fechou em baixa, de 1,23%, pelo quarto dia consecutivo.
O principal motivo de preocupação dos investidores norte-americanos foi o aumento das vendas no varejo, que registraram alta de 1% em maio, a maior em três meses. Os analistas esperavam aumento de 0,7%.
Com esse resultado, as vendas no varejo totalizaram US$ 242,24 bilhões em maio.
O aumento inesperado foi resultado dos crescimentos de 2,5% nas vendas de automóveis e de 1,8% nas de bens duráveis.
Por outro lado, o preço da gasolina, que tinha subido 5,1% em abril e puxado a alta da inflação no mês, caiu 0,8% em maio.
"A economia está pegando fogo", disse o economista-chefe do Bank of Montreal, em Toronto (Canadá), Tim O'Neill.
O índice, que vem mantendo trajetória de crescimento há dez meses, mostra que o consumo interno continua bastante elevado, o que gera pressão inflacionária.
O aumento das taxas de juros é uma das principais ferramentas que o Fed dispõe para contê-la.
Os juros básicos da economia norte-americana estão hoje em 4,75%. A expectativa é que a taxa seja elevada para 5%.
A última vez que o Fed elevou os juros foi em março de 97.
"Não há mais dúvidas de que o Fed vai elevar os juros. A questão é de quanto será esse aumento", afirmou David Mead, economista do Harris Bank, em Nova York.
O governo norte-americano revisou para cima o índice das vendas no varejo em abril. As vendas cresceram 0,4% -e não 0,1%, como anteriormente divulgado.

Preços no atacado
Os preços no atacado subiram 0,2% em maio. Foi o terceiro mês de alta consecutiva, em razão do aumento de 0,5% dos alimentos.
O índice se manteve no patamar esperado pelo governo, embora também ajude a reforçar a idéia de que a economia norte-americana está superaquecida e esteja em processo inflacionário.
Em abril, os preços no atacado haviam subido 0,5%.
A perspectiva de aumento das taxas de juros fez também os títulos norte-americanos registrarem nova desvalorização durante os negócios realizados ontem.
Os T-bonds de 30 anos (os mais negociados) pagaram rendimento de 6,15%, contra 6,05% do pregão anterior.


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