São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 2002

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TELES

Advocacia Geral da União vai defender Anatel para permitir concorrência nos DDDs

Governo critica "monopólio Embratel"

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo afirmou ontem que a Embratel tem "monopólio injustificado" nas ligações de longa distância. A declaração é do advogado-geral da União, José Bonifácio de Andrada, por meio da assessoria de imprensa da AGU (Advocacia Geral da União).
A AGU ficará responsável pela defesa da Anatel para tentar derrubar a liminar que impede a Telefônica de fazer ligações DDD para fora do Estado de São Paulo.
A Embratel briga com o governo federal porque não quer que a Telefônica ganhe a permissão para fazer ligações interurbanas a partir do Estado de São Paulo para o resto do país. A Embratel já entrou com duas ações na Justiça e, até agora, leva vantagem sobre a Anatel, a qual defende a competição com a Telefônica.
Ontem, Eduardo Levy, presidente da Embratel Empresas (unidade de negócios da Embratel), esteve com o ministro Juarez Quadros (Comunicações). Na saída, disse que a empresa respeita todos os competidores.
Bonifácio disse que "a AGU vai intervir no processo porque a União tem interesse na causa". "Mesmo porque, a decisão de primeira instância garante nas mãos da WorldCom, controladora da Embratel, um monopólio injustificado. O interesse da União é que o consumidor tenha multiplicidade de opções", completou.
A Anatel também pediu ontem ao presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, Márcio José de Moraes, que suspenda liminar conseguida pela Embratel que impede a Telefônica de fazer ligações interurbanas a partir do Estado de São Paulo para o resto do país.

Metas
A Telefônica fez investimentos para antecipar as metas contratuais de universalização (instalação de telefones) previstas para o final de 2003 neste ano. Cumprindo antecipadamente as metas, ganharia o direito a outras concessões, como a operação de ligações de longa distância.
Em abril, a Anatel deu concessão para que a Telefônica operasse ligações de longa distância a partir de São Paulo para todo o país e autorização para que ela prestasse o mesmo serviço em todo o país e fizesse também ligações internacionais.
Imediatamente, a Embratel entrou na Justiça contra a concessão que permitia ligações da Telefônica a partir de São Paulo para o resto do país. O argumento era que seria necessário uma licitação para que a concessão foi dada. A Embratel ganhou liminar, e o governo perdeu recursos na Justiça.



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