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GREVE
Auditores protestam contra contra MP que não atende suas reivindicações
Receita terá paralisação toda semana
FERNANDA NARDELLI
FLÁVIA SANCHES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cerca de 7.000 auditores fiscais
da Receita Federal fizeram uma
paralisação ontem, por 24 horas,
das atividades em portos, aeroportos, postos de fronteira e delegacias do órgão em todo o país.
Em julho, o movimento se repetirá todas as quintas-feiras.
O protesto é contra a edição da
medida provisória 46 pelo governo federal, no final de junho. A
nova medida tirou da pauta de
votação a MP 2.175-29 e o relatório do deputado Roberto Pessoa
(PFL-CE), que atendia às reivindicações dos auditores fiscais.
Os servidores da Receita Federal
querem reajuste salarial de 21,6%
e a aprovação no Congresso da lei
que reestrutura o plano de carreira da categoria e retira do Executivo o poder de estabelecer as atribuições dos servidores.
O movimento começou em
abril com paradas de advertência
e tentativas de negociação com o
governo. A Unafisco, insatisfeita
com o texto da MP 2.175-29, pressionou o Congresso a aprovar o
relatório do deputado Roberto
Pessoa (PFL-CE), que introduziu
modificações na medida provisória, como o aumento do salário
inicial dos auditores de R$ 3.741
para R$ 4.434,27.
Segundo o presidente da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Paulo Gil, o salário de um auditor da Receita é inferior aos dos
auditores municipais e estaduais,
o que desprestigiaria a carreira.
Com a edição da MP 46, quase
idêntica à medida anterior, as reivindicações dos fiscais foram excluídas da pauta. Pela proposta do
governo, o salário inicial da categoria subiria para R$ 4.200, já
com as gratificações.
Desde o dia 24 de maio, os servidores estavam realizando uma
operação padrão, na qual a fiscalização é feita com mais rigor, atrasando os processos aduaneiros.
Na segunda-feira, os fiscais normalizaram suas atividades e optaram pelas paralisações às quintas-feiras até o final do recesso parlamentar, quando serão analisadas
pelo Congresso emendas com as
reivindicações da Unafisco.
De acordo com Paulo Gil, um
dia de paralisação dos auditores
significa o represamento de US$
80 milhões a US$ 100 milhões em
mercadorias importadas.
A assessoria de comunicação da
Renault informou que seus funcionários tiveram férias coletivas
para que a produção fosse adaptada à demanda e que a montadora
conseguiu liminar há três semanas para liberação das peças importadas. A Scania está em férias coletivas, e a Folha não conseguiu contatar sua assessoria.
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