São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 2002

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GREVE

Auditores protestam contra contra MP que não atende suas reivindicações

Receita terá paralisação toda semana

FERNANDA NARDELLI
FLÁVIA SANCHES

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 7.000 auditores fiscais da Receita Federal fizeram uma paralisação ontem, por 24 horas, das atividades em portos, aeroportos, postos de fronteira e delegacias do órgão em todo o país. Em julho, o movimento se repetirá todas as quintas-feiras.
O protesto é contra a edição da medida provisória 46 pelo governo federal, no final de junho. A nova medida tirou da pauta de votação a MP 2.175-29 e o relatório do deputado Roberto Pessoa (PFL-CE), que atendia às reivindicações dos auditores fiscais.
Os servidores da Receita Federal querem reajuste salarial de 21,6% e a aprovação no Congresso da lei que reestrutura o plano de carreira da categoria e retira do Executivo o poder de estabelecer as atribuições dos servidores.
O movimento começou em abril com paradas de advertência e tentativas de negociação com o governo. A Unafisco, insatisfeita com o texto da MP 2.175-29, pressionou o Congresso a aprovar o relatório do deputado Roberto Pessoa (PFL-CE), que introduziu modificações na medida provisória, como o aumento do salário inicial dos auditores de R$ 3.741 para R$ 4.434,27.
Segundo o presidente da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Paulo Gil, o salário de um auditor da Receita é inferior aos dos auditores municipais e estaduais, o que desprestigiaria a carreira.
Com a edição da MP 46, quase idêntica à medida anterior, as reivindicações dos fiscais foram excluídas da pauta. Pela proposta do governo, o salário inicial da categoria subiria para R$ 4.200, já com as gratificações.
Desde o dia 24 de maio, os servidores estavam realizando uma operação padrão, na qual a fiscalização é feita com mais rigor, atrasando os processos aduaneiros. Na segunda-feira, os fiscais normalizaram suas atividades e optaram pelas paralisações às quintas-feiras até o final do recesso parlamentar, quando serão analisadas pelo Congresso emendas com as reivindicações da Unafisco.
De acordo com Paulo Gil, um dia de paralisação dos auditores significa o represamento de US$ 80 milhões a US$ 100 milhões em mercadorias importadas.
A assessoria de comunicação da Renault informou que seus funcionários tiveram férias coletivas para que a produção fosse adaptada à demanda e que a montadora conseguiu liminar há três semanas para liberação das peças importadas. A Scania está em férias coletivas, e a Folha não conseguiu contatar sua assessoria.



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