DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar fechou praticamente estável no dia em que o BC encerrou mais uma operação de rolagem da dívida pública cambial. A moeda norte-americana foi vendida a R$ 2,894 no fim dos negócios, com pequena alta de 0,07%. Na semana, o dólar acumulou valorização de 1,9% diante do real.
O BC renovou apenas 52% da dívida de US$ 2,7 bilhões que vence na próxima semana. Pelas regras atuais, a autoridade monetária pode realizar apenas dois leilões para rolar os lotes de dívida cambial que vencerem.
Nas últimas operações, o BC tem diminuído gradativamente o percentual renovado da dívida atrelada ao dólar. Nos últimos quatro vencimentos, os percentuais de rolagem foram de 95%, 90%, 67,5% e 52%, respectivamente.
"Mesmo com a diminuição da parcela renovada da dívida, a cotação do dólar tem se mantido abaixo de R$ 2,90. O fluxo positivo de dólares, resultante das captações internacionais feitas nas últimas semanas, tem segurado a moeda", afirma Mario Battistel, diretor da corretora Novação.
O percentual da dívida que não foi renovado na operação encerrada ontem representa cerca de US$ 1,3 bilhão a menos em títulos muitas vezes direcionados para hedge (uma forma de as instituições se protegerem das oscilações da moeda).
Para Battistel, a opção de rolar um percentual menor da dívida foi do próprio BC, que rejeitou ofertas que pediam taxas maiores de juros. Um dos efeitos que pode ter o resgate dos títulos que não foram renovados é o aumento da pressão sobre o câmbio, devido à elevação da demanda por dólares.
O mercado vai trabalhar atento às discussões em torno das propostas para a reforma da Previdência nos próximos dias. Além disso, a proximidade da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontecerá nos dias 22 e 23, deve ditar os rumos dos negócios.

Ações
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana sem bruscas oscilações, acumulando no período pequena alta de 0,35%. Das ações que formam o Ibovespa, o principal índice, 24 subiram e 28 caíram na semana.
Ontem a Bovespa fechou com baixa de 1,34%.
(FABRICIO VIEIRA)


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