São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2006

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Ministério não localiza mais aves com doença

Mas ainda não é possível dizer que Newcastle está erradicada no RS

Técnicos coletaram material para fazer avaliação definitiva; Uruguai bloqueia entrada de produto do Brasil que possa ter a doença

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura informou ontem que não localizou novas aves contaminadas pela doença de Newcastle em um raio de dez quilômetros ao redor do foco identificado na semana passada na cidade de Vale Real (Rio Grande do Sul). "Amostras para diagnósticos sorológico e virológico foram colhidas, não sendo observada, até o momento, evidência de doenças", diz nota técnica sobre o caso. Técnicos do governo coletaram amostras de solo e das aves contaminadas para verificar se ainda há perigo para a criação de frangos na região. Os resultados devem sair nos próximos dias. Tecnicamente, ainda não é possível dizer que a doença está erradicada no Estado. Uma equipe de veterinários e técnicos vistoriou, de acordo com o ministério, todos os pontos de criação de aves comerciais e de subsistência, coletando também amostras para exame laboratorial. Segundo Marcelo Mota, coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola do ministério, a propriedade onde foram encontrados os frangos contaminados no último dia 4 ficará isolada, sob observação, por 21 dias. Depois disso, serão liberadas "aves-sentinela" na propriedade para verificar se ainda há possibilidade de contaminação. Só ao fim de todo esse processo -com resultados positivos dos exames de laboratório e do comportamento das aves-sentinela- é que será possível determinar a erradicação da doença. O vírus causador da doença de Newcastle, de acordo com Mota, é transmitido por aves silvestres e migratórias, razão pela qual seria difícil verificar se há risco de novos focos.

Bloqueio uruguaio
Vizinho do Rio Grande do Sul, o Uruguai anunciou ontem, por meio da Direção Geral dos Serviços Pecuários, que suspendeu transitoriamente o ingresso e o trânsito para seu território de animais suscetíveis à doença de Newcastle, produtos e subprodutos provenientes do Brasil. Para os uruguaios, não há ainda garantias suficientes para autorizar o ingresso no país de aves em condições de manter o status sanitário nacional. A última vez em que a Newcastle foi identificada no Uruguai foi em 1984. Em Santa Catarina, o governo liberou o ingresso dos produtos avícolas industrializados e o trânsito de duas espécies de aves vivas provenientes do Rio Grande do Sul, que tinham sido bloqueados após a constatação do caso.


Colaborou LÉO GERCHMANN ,
da Agência Folha, em Porto Alegre


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