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Ministério não localiza mais aves com doença
Mas ainda não é possível dizer que Newcastle está erradicada no RS
Técnicos coletaram material para fazer avaliação definitiva; Uruguai bloqueia
entrada de produto do Brasil
que possa ter a doença
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura
informou ontem que não localizou novas aves contaminadas
pela doença de Newcastle em
um raio de dez quilômetros ao
redor do foco identificado na
semana passada na cidade de
Vale Real (Rio Grande do Sul).
"Amostras para diagnósticos
sorológico e virológico foram
colhidas, não sendo observada,
até o momento, evidência de
doenças", diz nota técnica sobre o caso.
Técnicos do governo coletaram amostras de solo e das aves
contaminadas para verificar se
ainda há perigo para a criação
de frangos na região. Os resultados devem sair nos próximos
dias. Tecnicamente, ainda não
é possível dizer que a doença
está erradicada no Estado.
Uma equipe de veterinários e
técnicos vistoriou, de acordo
com o ministério, todos os pontos de criação de aves comerciais e de subsistência, coletando também amostras para exame laboratorial.
Segundo Marcelo Mota,
coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola do
ministério, a propriedade onde
foram encontrados os frangos
contaminados no último dia 4
ficará isolada, sob observação,
por 21 dias.
Depois disso, serão liberadas
"aves-sentinela" na propriedade para verificar se ainda há
possibilidade de contaminação.
Só ao fim de todo esse processo
-com resultados positivos dos
exames de laboratório e do
comportamento das aves-sentinela- é que será possível determinar a erradicação da
doença.
O vírus causador da doença
de Newcastle, de acordo com
Mota, é transmitido por aves
silvestres e migratórias, razão
pela qual seria difícil verificar
se há risco de novos focos.
Bloqueio uruguaio
Vizinho do Rio Grande do
Sul, o Uruguai anunciou ontem, por meio da Direção Geral
dos Serviços Pecuários, que
suspendeu transitoriamente o
ingresso e o trânsito para seu
território de animais suscetíveis à doença de Newcastle,
produtos e subprodutos provenientes do Brasil.
Para os uruguaios, não há
ainda garantias suficientes para autorizar o ingresso no país
de aves em condições de manter o status sanitário nacional.
A última vez em que a Newcastle foi identificada no Uruguai foi em 1984.
Em Santa Catarina, o governo liberou o ingresso dos produtos avícolas industrializados
e o trânsito de duas espécies de
aves vivas provenientes do Rio
Grande do Sul, que tinham sido
bloqueados após a constatação
do caso.
Colaborou LÉO GERCHMANN ,
da Agência Folha, em Porto Alegre
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