São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

PIB do país deve crescer só 3,4% em 2009, prevê Itaú

A combinação de uma política mais restritiva no Brasil e uma economia mundial patinando diante da crise nos Estados Unidos fará com que o país cresça menos em 2009 do que o mercado está prevendo. A taxa de expansão deverá baixar para 3,4% no ano que vem. Já para este ano, o crescimento deverá ser de 4,8%.
As previsões constam do Informativo Econômico Semanal elaborado pelo departamento econômico do banco Itaú. De acordo com o documento, uma desaceleração do crescimento no momento atual tem o benefício de trazer de volta a inflação para o centro da meta, e essa é a maior contribuição que o Banco Central pode dar ao crescimento econômico de longo prazo.
Para os economistas do banco, o ciclo de aperto monetário iniciado em abril será provavelmente mais prolongado do que o previsto. Com isso, a taxa de juro real será maior e, por essa razão, o PIB crescerá menos. "A política monetária mais restritiva será a principal fonte de desaceleração da economia ao longo de 2009."
Para calcular o tamanho da desaceleração, o informe econômico compara o ciclo de aperto monetário atual com o de 2004. Agora, a taxa de juro deve subir para um patamar inferior ao ocorrido há quatro anos, mas, desta vez, existe um novo componente: a desaceleração da economia mundial.
Por isso, é possível apostar na hipótese de que a economia cresça a cada trimestre de 2009 no mesmo ritmo do de 2005, quando se deu o maior momento do aperto monetário. Naquele período, o PIB cresceu 0,8% contra o trimestre imediatamente anterior numa média móvel de quatro trimestres, já livre de efeitos sazonais. Foi a partir dessa suposição que se chegou aos 3,4% de crescimento do PIB para 2009.
Portanto, a conclusão é que uma redução do ritmo da atividade econômica está a caminho. No médio e longo prazo, a inflação em patamares baixos fará com que a economia volte a crescer a taxas de 4,5%.

SOBE O SOM

A Santo Angelo, indústria de cabos e conectores voltada ao setor de instrumentos musicais e de áudio, inaugura neste mês uma fábrica em Guarulhos e substitui a atual unidade, que fica na mesma cidade e existe há 28 anos. O investimento é de R$ 10 milhões. A expectativa é atingir US$ 500 mil em exportações em um ano. "O objetivo é atingir os EUA, que são o grande mercado para o setor", diz Rogério Raso, presidente da empresa.

BALANÇO

EXPORTAÇÃO DE CELULOSE PARA A CHINA CRESCE 90% ATÉ JUNHO
As exportações de celulose para a China cresceram 90% no primeiro semestre sobre igual período de 2007, diz Elizabeth de Carvalhaes, presidente-executiva da Bracelpa. As vendas passaram de US$ 188,5 milhões para US$ 358,1 milhões no período -o valor total das exportações de celulose foi de US$ 1,8 bilhão, com aumento de 27% sobre o primeiro semestre de 2007. As exportações de papel totalizaram US$ 986 milhões (avanço de 14% ante igual período de 2007).

SAPATINHO
O setor calçadista de Franca, pólo de produção de calçados masculinos, responsável por 75% desse segmento em exportações, fechou o primeiro semestre com alta de 2,31% no volume de exportações em dólares -movimentou US$ 63 milhões. Segundo o Sindifranca, o setor teve discreta recuperação de vendas em dólares devido ao reajuste nos preços, mas as vendas em pares caíram 16,46% ante o mesmo período de 2007.

O QUE A BAHIA TEM
O governador Jaques Wagner (Bahia) se reúne na segunda-feira com empresários, em São Paulo, para falar sobre oportunidades no Estado. Cerca de 700 pessoas participam do encontro.

HASTA LA VICTORIA
A Emporium Cigars, distribuidora de Habanos no Brasil, começa a vender novos charutos Cohiba, marca que ficou conhecida por ser a preferida de Fidel Castro.

balança

São Paulo tem déficit de US$ 112,8 mi

Em junho, o município de São Paulo teve déficit de US$ 112,8 milhões em sua balança comercial, com exportações de US$ 802,3 milhões e importações de US$ 915,2 milhões. No mesmo mês de 2007, o município registrava superávit de US$ 3,6 milhões. De janeiro a junho, o déficit está em US$ 1,02 bilhão -2007 foi fechado com déficit de US$ 931,6 milhões.
Para Fábio Faria, secretário substituto de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, o importante é a economia como um todo. "No Estado de São Paulo, houve grande número de importações de máquinas e equipamentos, que significa renovação tecnológica ou expansão de capacidade. O Brasil como um todo tem superávit. Alguns municípios não têm. A importação muitas vezes vai ser usada no processo produtivo para o crescimento", diz.
O total de exportações de janeiro a junho foi de US$ 4,09 bilhões. No período, o principal destino de exportação foi a China, com US$ 872,4 milhões -alta de 107,65% ante o mesmo intervalo do ano passado.

O NOME É REX
A AnimallTag fabrica chips de identificação que são implantados em animais criados para produção de carne ou de leite e em bichos de estimação. No primeiro semestre, as vendas do chip cresceram 25%. O microaparelho não rastreia a localização do animal, mas armazena informações que permitem identificá-lo e acessar o histórico médico, o nome do dono e do veterinário responsável. A empresa fez parceria com centros de zooneses para que os proprietários de cães e gatos recolhidos sejam avisados. "Demos o leitor de microchip para mais de 500 cidades", diz Carlos Machado, sócio e diretor comercial da empresa.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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