São Paulo, domingo, 12 de julho de 1998

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PAINEL S/A


Vale um bilhão
Nos cálculos de Raul Velloso, para cada queda de 1 ponto percentual na taxa anual de juros no over, o governo economiza R$ 1,6 bilhão no pagamento de juros na dívida interna.

Em progressão
Velloso diz que a redução dos gastos com juros podem ser maiores do que a prevista -chegando a R$ 2 bilhões. É que a parcela da dívida corrigida pelo over somava 31% em abril e vai chegar a 72% em setembro. O governo está trocando títulos prefixados, que pagam juros de até 30% ao ano, por títulos pós-fixados.

Recorde de abril
Os gastos mensais com os juros da dívida interna foram de R$ 3,5 bilhões de janeiro a outubro de 97 e, depois da alta dos juros, passou a oscilar, neste ano, ao redor de R$ 5 bilhões. O maior gasto foi registrado em abril: R$ 5,6 bilhões.

Rumo insustentável
Mantida a trajetória de gastos com juros registrada até abril, calcula Velloso, o déficit nominal do setor público em 98 teria superado o de 97. Motivo: o gasto global com juros ultrapassaria 6% do PIB. A troca de papéis prefixados por pós-fixados -por enquanto- mudou a rota dos juros.

Assentando a poeira
As taxas de juros para operações de três meses caíram de 4,71 pontos percentuais acima das praticadas no over para pouco abaixo de 1 ponto percentual. Segundo Dani Rappaport, do Banco Santander, o mercado deixou de acreditar em um novo "choque de juros".

Rota traçada
Para o banco Salomon Smith Barney, o governo brasileiro não deve hesitar em continuar baixando as taxas de juros anuais até o final de 98. Mesmo assim, prevê que o governo busca fechar o ano com reservas de US$ 75 bilhões.

Regras similares
O Mercosul, com a Bolívia e o Chile, já movimenta cerca de US$ 22 bilhões/ano. Para ampliar esse fluxo, o tributarista Ivar Piazzeta sugere que o Brasil busque compatibilizar seu sistema tributário com o dos parceiros.

Três em um
"O projeto da reforma tributária mostra uma provável admissão do IVA, que concentra em um único tributo o ICMS, o ISS e o IPI, já adotado em outros países do Mercosul", afirma Piazzeta.

Sem precedentes
O Morgan Stanley acredita que o primeiro semestre de 98 foi o pior para os mercados emergentes nesta década. Mas o banco faz uma avaliação mais otimista do segundo semestre: deve representar o início da retomada de negócios.

Atração latina
Ainda segundo o Morgan Stanley, o Brasil, apesar do déficit público, ainda representa o mercado mais atraente na América Latina. Em segundo lugar vem o México.

Ladeira abaixo
A economia dos países do Sudeste Asiático deve ter queda de até 6,7% do PIB, em média, em 98, diz o ING Barings.

Ladeira acima
Segundo o ING Barings, as demais economias emergentes devem crescer 3% do PIB em 98. Para 99, a estimativa sobe para 4,3%.

Crédito garantido
Pedro Parente, da Fazenda, que coordenou as negociações das dívidas estaduais, garantiu ao governador Vitor Buaiz (PV-ES) que o BNDES vai pagar os R$ 50 milhões que deve ao Estado.

Antecipando receitas
No ano passado, o BNDES e Buaiz negociaram um empréstimo de R$ 165 milhões -antecipando parte da receita que será obtida com a privatização da companhia de saneamento, a Cesan. Até este mês, porém, o BNDES só havia liberado R$ 115 milhões.

Sinal dos tempos
Na quarta, pela primeira vez, os conselhos de economia e de orientação política e social da Fiesp vão realizar uma reunião conjunta.

Bola para a frente
Por conta da Copa, segundo a UAM (Unibanco Asset Management), as consultas ao Telecheque e ao SPC ficaram de 10% a 15% mais baixas do que o padrão de consumo do ano passado. Pelo sacrifício, que venha o penta.

E-mail: painelsa@uol.com.br



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