São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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"Turbulência tende a arrefecer em 2 semanas'

FOLHA - Quanto tempo vai durar a turbulência?
MAILSON DA NÓBREGA
- A menos que surja uma coisa absolutamente horrenda, essa turbulência tende a arrefecer em uma ou duas semanas. Se a situação de pânico não ocorrer e a confiança retornar, essa crise terá sido um ajuste que tem o seu lado positivo: põe ordem na casa e reduz a imprudência.

FOLHA - A crise atual é diferente das ocorridas nos anos 90?
MAILSON
- Diferentemente de outras, essa é uma crise na área de crédito e muito localizada. O risco é terminar extravasando para a economia real. A perda de confiança pode acontecer por um evento qualquer.

FOLHA - A crise chegará à economia real, inclusive à brasileira?
MAILSON
- Como diria o Lula, nunca antes na história deste país estivemos em situação de tal conforto para enfrentar uma crise. Uma prova disso é o câmbio, que teve pouca oscilação. O nível das reservas externas é confortável. Está provado que essa política de acumulação de reservas foi adequada.

FOLHA - O BC tende a ficar mais conservador sobre os juros?
MAILSON
- O BC reduzirá o ritmo não por causa da crise, mas porque há sinais de deterioração da expectativa de inflação.

FOLHA - Os BCs americano e europeu agiram bem na crise?
MAILSON
- A percepção de que os BCs vão prover liquidez produz conforto naqueles que estão convencidos de que se trata de um ajuste. Outro lado acha que os BCs, fornecendo liquidez, estão dando uma demonstração de que a coisa é grave. Eu acho que tende a acalmar.

FOLHA - É hora de o pequeno investidor sair da Bolsa?
MAILSON
- A Bolsa não é aplicação para pequeno investidor. É para profissionais.

FOLHA - Fundos brasileiros podem ter prejuízos, como os europeus?
MAILSON
- Não acredito que existam no Brasil fundos alavancados em "subprime".


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