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"Turbulência tende a arrefecer em 2 semanas'
FOLHA - Quanto tempo vai durar a
turbulência?
MAILSON DA NÓBREGA - A menos
que surja uma coisa absolutamente horrenda, essa turbulência tende a arrefecer em
uma ou duas semanas. Se a situação de pânico não ocorrer e
a confiança retornar, essa crise
terá sido um ajuste que tem o
seu lado positivo: põe ordem na
casa e reduz a imprudência.
FOLHA - A crise atual é diferente
das ocorridas nos anos 90?
MAILSON - Diferentemente de
outras, essa é uma crise na área
de crédito e muito localizada. O
risco é terminar extravasando
para a economia real. A perda
de confiança pode acontecer
por um evento qualquer.
FOLHA - A crise chegará à economia real, inclusive à brasileira?
MAILSON - Como diria o Lula,
nunca antes na história deste
país estivemos em situação de
tal conforto para enfrentar
uma crise. Uma prova disso é o
câmbio, que teve pouca oscilação. O nível das reservas externas é confortável. Está provado
que essa política de acumulação de reservas foi adequada.
FOLHA - O BC tende a ficar mais
conservador sobre os juros?
MAILSON - O BC reduzirá o ritmo não por causa da crise, mas
porque há sinais de deterioração da expectativa de inflação.
FOLHA - Os BCs americano e europeu agiram bem na crise?
MAILSON - A percepção de que
os BCs vão prover liquidez produz conforto naqueles que estão convencidos de que se trata
de um ajuste. Outro lado acha
que os BCs, fornecendo liquidez, estão dando uma demonstração de que a coisa é grave. Eu
acho que tende a acalmar.
FOLHA - É hora de o pequeno investidor sair da Bolsa?
MAILSON - A Bolsa não é aplicação para pequeno investidor. É
para profissionais.
FOLHA - Fundos brasileiros podem
ter prejuízos, como os europeus?
MAILSON - Não acredito que
existam no Brasil fundos alavancados em "subprime".
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