São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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"Crise pode chegar ao Brasil se for de longa duração'

FOLHA - Quanto tempo vai durar a turbulência?
EDWARD AMADEO
- Difícil dizer. É possível que alguns fundos de investimento e bancos tenham créditos ruins, o que pode fazer com a que a volatilidade continue alta. Com a incerteza, há movimentos de resgate de fundos e bancos que se recusam a emprestar. Enfim, falta de liquidez. Não acho que o problema de créditos ruins seja grande o suficiente para provocar uma crise, apenas volatilidade.

FOLHA - A crise atual é diferente das ocorridas nos anos 90?
AMADEO
- É diferente da crise da Ásia em 1997, quando tivemos um problema de descasamento de prazos entre passivos e ativos dos bancos. Agora, o problema é que alguns fundos e bancos têm créditos de má qualidade. Mas está restrito ao mercado de hipotecas nos EUA, em que a parcela de créditos ruins é pequena.

FOLHA - A crise chegará à economia real, inclusive à brasileira?
AMADEO
- Pode chegar, se tiver longa duração. Se a restrição ao crédito e a incerteza levarem a um movimento de redução do consumo e do investimento, deverá prejudicar o Brasil.

FOLHA - O BC tende a ficar mais conservador sobre os juros?
AMADEO
- Pode, se houver uma depreciação do câmbio que comprometa a inflação.

FOLHA - Os BCs americano e europeu agiram bem na crise?
AMADEO
- A decisão foi correta para evitar que um problema de falta de liquidez -e não de insolvência- leve instituições financeiras a quebrarem.

FOLHA - É hora de o pequeno investidor sair da Bolsa?
AMADEO
- Investir em empresas listadas na Bolsa é uma questão de confiança no seu sucesso no futuro. Não deve depender de situações ocasionais.

FOLHA - Fundos brasileiros podem ter prejuízos, como os europeus?
AMADEO
- Não diretamente. Não creio que tenham esses créditos em suas carteiras.


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