São Paulo, Quinta-feira, 12 de Agosto de 1999
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MONOPÓLIO
Empresa comprou Liquid Carbono
Cade começa a julgar caso White Martins

da Sucursal de Brasília

O julgamento da compra da Liquid Carbono pela White Martins, um dos casos mais polêmicos da pauta dos órgãos de defesa da concorrência, começou ontem com ameaça de multa de R$ 1,124 milhão por suposta apresentação de informação enganosa.
A proposta foi apresentada no voto do conselheiro Mércio Felsky, relator da operação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que também defendeu que a operação seja aprovada só mediante restrições.
Segundo Felsky, com a compra da Liquid Carbono, a White Martins passou a ser monopolista no mercado de gás carbônico, usado na produção de refrigerantes.
A aquisição da Liquid Carbono ocorreu em abril de 96 e, desde então, concorrentes vêm acusando a White Martins de práticas anticompetição. Hoje a empresa detém 73% do mercado.
Felsky propôs que a White Martins seja multada porque "procurou seguidamente escamotear a existência de capacidade ociosa".
A informação, segundo o relator, era fundamental para determinar se a compra da Liquid Carbono causou prejuízos ao mercado de gás carbônico.
Para Felsky, a aquisição causou prejuízo à entrada de novos concorrentes no setor, pois a empresa domina e impede o acesso de concorrentes à matéria-prima.
O relator propôs que a operação só seja aprovada caso a White Martins fique impedida de ampliar suas fontes de matéria-prima nos próximos seis anos.
O vice-presidente jurídico da White Martins, Júlio Cassano, disse que não se pronunciaria sobre a proposta antes de o Cade tomar sua decisão definitiva.


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