São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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Luta antiglobalização tem curso de guerrilha

DE LONDRES

O movimento contra a globalização conta com curso de guerrilha. Nos campos de treinamento da Ruckus Society (sociedade da bagunça ou do distúrbio), os militantes passam de quatro a seis dias treinando como fazer sabotagens noturnas, escaladas, bloqueios humanos, falar com a imprensa e promover protestos em estilo cinematográfico.
Fundado por ex-diretores do movimento ambientalista Greenpeace, a Ruckus Society se tornou a universidade dos manifestantes. Com 24 campos de treinamento, a Ruckus Society treina 500 militantes por ano, desde militantes pela libertação do Tibete à preparação para protestos como o de Seattle, no fim de 99, e o de Washington, no início do ano.
Algumas das cenas mais conhecidas desses protestos, como a de jovens amarrados uns aos outros para impedir a passagem de autoridades, foram treinadas à exaustão nos campos da Ruckus Society. Eles são especializados no que chamam de "teatro político" -ações grandiosas para chamar a atenção do público.
Parte do tempo dos diretores da Ruckus é gasta pensando em ações extraordinárias, que possam render fotos nos jornais e cenas nas emissoras de televisão. Foram eles que criaram a enorme bandeira norte-americana com símbolos de multinacionais exibida durante a convenção do Partido Democrata, no mês passado.



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