DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A venda da Cervejaria Kaiser para a canadense Molson, dona da Bavaria, foi aprovada ontem sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O negócio já havia recebido parecer favorável em maio da Secretaria de Acompanhamento Econômico, ligada ao Ministério da Fazenda.
Com a aquisição, a Molson passa a ser a segunda maior empresa no mercado de cervejas do Brasil e a 14ª do mundo. O mercado com maior concentração da nova empresa será a região Sul, com 26%. Nessa região, a AmBev (fusão da Brahma com a Antarctica), sua principal concorrente, tem 61,7% do mercado.
A Kaiser foi comprada em março pela Molson por US$ 765 milhões depois de quase um ano de negociações. Há dois anos, a Molson já havia comprado a Bavaria da AmBev. A nova empresa, com as duas marcas de cerveja, foi avaliada em US$ 1,2 bilhão.
Após a compra, a Kaiser passou por uma reestruturação que levou ao fechamento de 3 de suas 13 fábricas. Foram demitidas 250 pessoas que operavam nas unidades de Getúlio Vargas (RS), Camaçari (BA) e Divinópolis (MG).
Ao anunciar a compra, a Molson comunicou que havia vendido 20% da empresa para a holandesa Heineken e que, portanto, teria uma participação no capital de 80%. Os antigos proprietários eram a Coca-Cola, a Heineken e os engarrafadores e distribuidores, que detinham, respectivamente, 10%, 14,2% e 75,8% do capital da empresa.
Na época, o pagamento foi feito da seguinte forma: US$ 190 milhões vieram do caixa da Molson, US$ 425 milhões, de linhas de crédito obtidas no Canadá, e US$ 150 milhões foram pagos na forma de ações da empresa. Com essas ações, os três ex-acionistas passaram a ter uma participação na Molson Inc. de 6,1%.
A Molson é a mais antiga cervejaria das Américas -foi fundada em 1768- e é a maior do Canadá. Além do seu país de origem, atua nos EUA e no Brasil.


Texto Anterior: Empresas: Fusões recuperam fôlego, depois da queda ocorrida no 1º semestre
Próximo Texto: Seae quer processar a Central de Outdoor por formação de cartel
Índice