São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006

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Baixa do petróleo e dos metais afetam Petrobras e Vale, e Bolsa de SP cai 2,15%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce derrubaram a Bolsa de Valores de São Paulo ontem. A forte queda dos papéis dessas companhias fez com que a Bovespa fechasse com perdas de 2,15%.
Juntas, a ação preferencial "A" da Vale do Rio Doce e a preferencial da Petrobras foram responsáveis por cerca de 30% de todo o volume movimentado no pregão de ontem. Esses papéis caíram 3,96% e 3,66%, respectivamente.
A baixa no preço do barril de petróleo e das commodities metálicas afetou negativamente as ações de empresas brasileiras ligadas a esses segmentos. O temor de menor demanda mundial, impulsionado pela possibilidade de as economias chinesa e americana crescerem abaixo do esperado, tem afetado de maneira negativa esses setores.
A Bolsa paulista operou em baixa durante todo o pregão. Foram movimentados R$ 2,19 bilhões com compra e venda de ações ontem.
No mercado acionário norte-americano, as maiores quedas ficaram com papéis de mineradoras. As ações da produtora de cobre Phelps Dodge foram destaque de baixa, com queda de 7% ontem. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, fechou praticamente estável (0,04%).
Em Buenos Aires, o índice Merval teve forte perda de 2,58%. No México, a Bolsa se desvalorizou 0,88%.
O recuo de ontem levou o Ibovespa, o índice que reúne as ações mais negociadas na Bolsa paulista, a entrar no vermelho no acumulado do mês -desvalorização de 1,27%.
Em um dia ruim para o mercado doméstico, algumas ações tiveram altas importantes. Os papéis da TIM Participações e da Vivo subiram amparados pela expectativa de a Telecom Italia negociar sua unidade de telefonia móvel (leia a pág. B3).
A ação ON (ordinária, com direito a voto) da TIM subiu 6,06%, e a PN ganhou 5,73%. O papel preferencial da Vivo teve alta de 3,86%.

Câmbio
O cenário externo desfavorável levou o dólar a ganhar terreno diante do real. Vendido a R$ 2,177 -maior cotação em um mês-, o dólar subiu 0,79% ontem e ampliou sua alta acumulada neste mês para 1,49%.
Apesar de ter registrado ontem sua quarta alta seguida, o boletim semanal Focus, divulgado pelo BC, mostrou que as projeções médias das instituições financeiras para o dólar no fim do ano recuaram.
Há uma semana, os bancos previam que o dólar terminaria o ano a R$ 2,20. Na pesquisa apresentada ontem, essa projeção caiu para R$ 2,18. O BC realiza sua pesquisa semanal captando as projeções econômicas de cem instituições financeiras.
A pesquisa também mostrou recuo nas previsões para a taxa básica, a Selic, no fim do ano. De 14% há uma semana, as projeções caíram para 13,75%. A taxa Selic está em 14,25%. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne ainda duas vezes até dezembro de 2006.

Juros
Após conhecer a ata da última reunião do Copom, divulgada na sexta, muitos analistas passaram a confiar na chance de a Selic ser cortada em 0,5 ponto percentual no próximo encontro do comitê.
Os juros futuros subiram um pouco ontem nos contratos com prazo de vencimento mais longos negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No contrato DI -que projeta as expectativas para os juros- que vence em 15 meses, o mais negociado, a taxa foi de 13,72% para 13,75%.


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