São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Petróleo bate recorde, apesar de ação da Opep

Cartel anuncia aumento na produção, mas temor em relação à demanda faz barril chegar aos US$ 78,23 em Nova York

Alta na produção é a primeira em mais de dois anos; EUA e saudistas vencem oposição de Venezuela, Irã e Argélia

DA REDAÇÃO

No mesmo dia em que a Opep (Organizações dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou que aumentará a sua produção, o preço do barril de petróleo atingiu sua maior cotação histórica na Bolsa de Nova York. O barril tipo West Texas terminou o pregão valendo US$ 78,23 -US$ 0,02 a mais que o seu recorde anterior, alcançado em 31 de julho.
Apesar da elevação na produção dos países da Opep, os investidores continuam preocupados, segundo analistas, com as reservas do combustível nos Estados Unidos, no momento em que se aproxima o inverno do hemisfério Norte.
A organização, responsável por cerca de 40% da produção mundial, disse, após reunião em Viena, que aumentará sua produção em 500 mil barris diários a partir de novembro, mas se especula que a quantia será insuficiente para atender a demanda.
Em Nova York, o barril chegou a ser cotado a US$ 78,33 -o recorde durante o pregão é US$ 78,77- e terminou o dia com alta de 0,95%. Já o preço do Brent se expandiu em 1,19% e finalizou o pregão de ontem em Londres valendo US$ 76,38.
Apoiada pelos Estados Unidos na proposta de elevar a produção, a Arábia Saudita, o maior produtor mundial, superou a oposição feita por Venezuela, Argélia e Irã, que também são países-membros da Opep e para quem o mundo está bem abastecido de petróleo. Esses três países queriam esperar até dezembro para tomar uma decisão.
Os altos preços do combustível representam um entrave à economia dos EUA, tradicional aliado dos sauditas e o maior consumidor mundial de petróleo. Em julho, os EUA importaram US$ 14,8 bilhões dos países-membros da Opep, a maior marca desde agosto de 2006.
Com o aumento na produção, o primeiro em mais de dois anos, a Opep se aproxima do nível atingido antes dos dois cortes no final do ano passado, que representaram uma redução de 1,7 milhão de barris por dia. A organização já está produzindo cerca de 900 mil barris a mais do que seu limite oficial.
Em julho do ano passado, o petróleo também chegou a estar cotado em cerca de US$ 78. Porém, depois de atingir o pico na metade do ano, a cotação do petróleo começou a cair e chegou a valer cerca de US$ 55 nos meses seguintes.
A queda motivou a Opep a intervir no mercado. Em outubro, o cartel anunciou a redução de 1,2 milhão de barris na produção diária de petróleo. O montante representava 4,3% da produção da Opep no mês anterior e pouco mais de 1% do consumo mundial. Em dezembro, ela anunciou novo corte, de 500 mil barris diários, que começou a valer a partir de fevereiro deste ano.


Com agências internacionais


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