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Reação da economia é mérito do "povo pobre", afirma Lula
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPOJUCA (PE)
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu "ao povo
mais pobre" os méritos pela recuperação da economia brasileira. "Graças ao povo brasileiro e, sobretudo, ao povo mais
pobre, a economia deste país
sobreviveu, com o comércio
crescendo praticamente durante 23 meses seguidos", disse
Lula ontem, em visita ao porto
de Suape, no município de Ipojuca (a 60 km de Recife, PE).
Para ele, a crise poderia até
ter sido menor no Brasil, se os
empresários tivessem mantido
seus projetos, em vez de suspendê-los ou adiá-los.
"A verdade é que o PIB demonstra que a economia brasileira está se recuperando, mas
demonstra também que ele só
caiu do jeito que caiu porque
uma parte da sociedade entrou
em pânico, por acreditar mais
nas manchetes dos jornais do
que naquilo que a gente falava
que ia acontecer", declarou.
"Teve gente que desativou
totalmente os projetos de investimento", disse. "Teve gente
que deu férias coletivas no mês
de janeiro. Eu acho que foi um
erro de pessoas que preferiram
acreditar numa mentira bem
contada do que numa verdade
bem contada, nua e crua, do
que estava acontecendo."
Lula disse que chegou a pedir
em cadeia de TV para que os
brasileiros mantivessem seu
padrão de consumo. "O governo, em vez de ficar com medo
como das outras vezes e fazer
mais superavit primário, resolveu que a palavra de ordem era:
"não parem os investimentos"."
Para o presidente, a volta do
crescimento comprovou que o
país "estava realmente mais
preparado do que todo o mundo desenvolvido" para enfrentar a crise econômica. "Mais do
que toda a Europa e mais do
que os Estados Unidos."
Mantega e Meirelles
Em São Paulo, o ministro
Guido Mantega (Fazenda) avaliou que o crescimento do PIB
comprova que a economia estava "forte" quando a crise se
agravou. Além disso, ele reforçou o papel do governo para
minimizar os efeitos no Brasil
com a desoneração de tributos
e a redução da taxa de juros.
Assim como Lula, Mantega
também alfinetou os empresários. "Alguns não acreditaram
que teríamos uma recuperação
rápida", comentou, citando as
férias coletivas adotadas por algumas empresas e a redução na
produção para queimar estoques. A previsão é que a indústria termine o ano "empatada
ou com crescimento negativo
pequeno" no confronto com
2008 por causa da queda no último trimestre. O ministro destacou ainda que o investimento
"é o último a se recuperar".
Segundo Mantega, o Brasil
terá gasto, ao final de 2009, entre 1% e 1,5% do PIB deste ano
entre renúncia fiscal e outras
ações para estimular a economia, como o programa Minha
Casa, Minha Vida.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também comemorou o resultado
do PIB, que segundo ele mostra
que o Brasil "saiu da crise antes
e com crescimento mais forte
do que a maioria dos países".
Ao contrário dos dois trimestres anteriores, em que as quedas do PIB foram comentadas
apenas por meio de curtos comunicados à imprensa, ontem
Meirelles organizou entrevista
para celebrar os números. "Isso
mostra que as medidas tomadas pelo governo brasileiro e
pelo Banco Central foram adequadas, tomadas na medida
certa e na hora certa", disse.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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