São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

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Reação da economia é mérito do "povo pobre", afirma Lula

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPOJUCA (PE)
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu "ao povo mais pobre" os méritos pela recuperação da economia brasileira. "Graças ao povo brasileiro e, sobretudo, ao povo mais pobre, a economia deste país sobreviveu, com o comércio crescendo praticamente durante 23 meses seguidos", disse Lula ontem, em visita ao porto de Suape, no município de Ipojuca (a 60 km de Recife, PE).
Para ele, a crise poderia até ter sido menor no Brasil, se os empresários tivessem mantido seus projetos, em vez de suspendê-los ou adiá-los.
"A verdade é que o PIB demonstra que a economia brasileira está se recuperando, mas demonstra também que ele só caiu do jeito que caiu porque uma parte da sociedade entrou em pânico, por acreditar mais nas manchetes dos jornais do que naquilo que a gente falava que ia acontecer", declarou.
"Teve gente que desativou totalmente os projetos de investimento", disse. "Teve gente que deu férias coletivas no mês de janeiro. Eu acho que foi um erro de pessoas que preferiram acreditar numa mentira bem contada do que numa verdade bem contada, nua e crua, do que estava acontecendo."
Lula disse que chegou a pedir em cadeia de TV para que os brasileiros mantivessem seu padrão de consumo. "O governo, em vez de ficar com medo como das outras vezes e fazer mais superavit primário, resolveu que a palavra de ordem era: "não parem os investimentos"."
Para o presidente, a volta do crescimento comprovou que o país "estava realmente mais preparado do que todo o mundo desenvolvido" para enfrentar a crise econômica. "Mais do que toda a Europa e mais do que os Estados Unidos."

Mantega e Meirelles
Em São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) avaliou que o crescimento do PIB comprova que a economia estava "forte" quando a crise se agravou. Além disso, ele reforçou o papel do governo para minimizar os efeitos no Brasil com a desoneração de tributos e a redução da taxa de juros.
Assim como Lula, Mantega também alfinetou os empresários. "Alguns não acreditaram que teríamos uma recuperação rápida", comentou, citando as férias coletivas adotadas por algumas empresas e a redução na produção para queimar estoques. A previsão é que a indústria termine o ano "empatada ou com crescimento negativo pequeno" no confronto com 2008 por causa da queda no último trimestre. O ministro destacou ainda que o investimento "é o último a se recuperar".
Segundo Mantega, o Brasil terá gasto, ao final de 2009, entre 1% e 1,5% do PIB deste ano entre renúncia fiscal e outras ações para estimular a economia, como o programa Minha Casa, Minha Vida.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também comemorou o resultado do PIB, que segundo ele mostra que o Brasil "saiu da crise antes e com crescimento mais forte do que a maioria dos países".
Ao contrário dos dois trimestres anteriores, em que as quedas do PIB foram comentadas apenas por meio de curtos comunicados à imprensa, ontem Meirelles organizou entrevista para celebrar os números. "Isso mostra que as medidas tomadas pelo governo brasileiro e pelo Banco Central foram adequadas, tomadas na medida certa e na hora certa", disse.

Colaborou a Sucursal de Brasília



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