São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2001

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ECONOMIA DE GUERRA

Nasdaq retoma nível de 11 de setembro

Um mês após atentados, Bolsas dos Estados Unidos zeram perdas

Reuters
Membros das equipes de resgate soaram o sino da Bolsa de NY, ontem, dando início ao pregão


DA REDAÇÃO

As Bolsas norte-americanas saltaram ontem e praticamente zeraram os prejuízos dos últimos 30 dias. O dólar recuperou seu valor em relação ao iene e ao euro. Grandes companhias anunciaram resultados melhores do que os estimados anteriormente.
No mesmo dia em que os ataques às torres gêmeas completaram um mês, Wall Street teve a jornada mais otimista desde 11 de setembro. Analistas, executivos e autoridades emitiram comentários confiantes, relativizando o impacto dos atentados na economia dos Estados Unidos.
"Um mês depois da crise, as pessoas estão novamente positivas em relação aos Estados Unidos", disse Vincent Amaru, vice-presidente do Citibank.
Os títulos do governo, considerados um investimento seguro durante períodos de incerteza, perderam valor, numa outra indicação de que os investidores estão recuperando a confiança.
"As incertezas estão se dissipando", disse John Forelli, administrador de investimentos da Independence Investment. "Parece que estamos tendo sucesso na ação militar, temos as peças necessárias para a recuperação -estímulo monetário e fiscal- e as companhias estão divulgando resultados dentro do esperado."
Ontem, o Dow Jones subiu 1,84%. Com a recuperação da última semana, o índice está 2% abaixo do patamar em que se encontrava antes de 11 de setembro. A Nasdaq foi puxada pela valorização de fabricantes de componentes para computador. Com alta de 4,62%, encerrou o pregão acima do nível pré-ataques.
Só na semana seguinte aos atentados, os índices haviam caído cerca de 11%. A recuperação aconteceu gradualmente, mais foi impulsionada nesta semana, quando os EUA iniciaram os bombardeios ao Afeganistão.
Para alguns analistas, não é que não existam razões para preocupação, mas o impacto negativo foi absorvido pelos investidores. Como lembrou Forelli, na semana que vem começarão a ser divulgados os balanços do terceiro trimestre do ano, e eles deverão ser os piores para o período nos últimos dez anos. "É bom ver as ações ganhando fôlego novamente, mas espero que não estejamos colocando o carro na frente dos bois", disse Forelli.
A General Electric divulgou seu desempenho ontem, que mostrou crescimento de 3% nos lucros no último trimestre. Outra companhia que superou as estimativas dos analistas foi a corretora on-line E-Trade.
Ecoando o bom humor de Wall Street, o subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais, Paul Taylor, afirmou ontem que o choque provocado pelo terrorismo pode ser bem menor do que alardeavam os mais alarmistas.
"Acho que tem havido um ajuste, uma reavaliação de que esses riscos podem não ser tão elevados quanto as pessoas tinham imaginado", disse.
Nem a divulgação do alto número de pedidos de seguro-desemprego abalou o ânimo dos investidores ontem. Na semana passada, 468 mil pessoas solicitaram o benefício. Houve um recuo em relação à semana antecedente, mas a média das últimas quatro semanas (463 mil) é a mais elevada desde dezembro de 91.

Europa na mesma
O Banco Central Europeu manteve estável sua taxa de juros, em 3,75%. A decisão, tomada ontem, contrariou as expectativas de que o BCE seguiria o exemplo dos principais bancos centrais, que recentemente afrouxaram suas políticas monetárias com o objetivo de evitar uma recessão global.
A maioria dos analistas previa o corte de pelo menos 0,25 ponto percentual na taxa do BCE.


Com agências internacionais



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