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Negócio requer aprovação do Cade
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A batalha das empresas Sky e
DirecTV será convencer o Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de que a união
das companhias não infringirá as
normas de concorrência. Para isso, dizem especialistas, a saída será bater na tecla de que a nova empresa irá concorrer com o mercado de TV a cabo, setor pulverizado e disputado.
Sky e DirecTV usam a tecnologia DTH (Direct to Home, com a
presença de antena parabólica),
diferente daquela utilizada por
empresas de TV a cabo, como
TVA e Net.
"Ao lançar mão desse argumento [de que a competição é com a
TV a cabo], tenta-se provar que o
negócio não trará danos à concorrência", diz Moysés Pluciennick,
ex-presidente da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por
Assinatura).
No começo deste ano, a News
Corp. e a Hughes (acionista da DirecTV) assinaram com o Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) um acordo pelo
qual ficaria congelado o processo
de fusão entre as duas companhias no país. Por um termo chamado Apro (Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação), elas se comprometeram a
não adotar medidas irreversíveis
até que a análise da fusão fosse
concluída pelo órgão.
As empresas anunciaram a fusão na América Latina agora, mas
fizeram um comunicado mundial
sobre o negócio em fevereiro.
A Folha não conseguiu entrar
em contato ontem com a assessoria do Cade para saber como anda
a análise da fusão.
Análise em curso
Pouco tempo depois de a News
Corp. ter anunciado a aquisição
mundial da DirecTV, em outubro
do ano passado, os dois grupos
entraram com pedido de anuência prévia na Anatel para futura
fusão das empresas no Brasil, sendo a primeira representada pela
Sky (em sociedade com a Globo).
O processo já passou por diversas instâncias da Anatel, incluindo a procuradoria do órgão. Falta
só a decisão do conselho diretor.
Já existe uma pressão no mercado para questionar a validade do
negócio. A Tecsat, empresa de capital nacional e a única concorrente da Sky e DirecTV, informou
que a fusão cria um monopólio
nocivo ao consumidor. A empresa tem cerca de 55 mil assinantes e
está em difícil situação financeira.
A empresa quer que Sky e DirecTV sejam mantidas separadas
até que o Cade bata o martelo e
que o fim dos acordos de exclusividade de conteúdo entre as companhias possa ser usufruído também por ela, informa a empresa
por meio de sua direção.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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