São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Para cada dez empresas abertas, sete são fechadas

Maioria dos empreendimentos que nascem e morrem no país é de pequeno porte e pertence ao setor comercial, diz IBGE

Pesquisa mostra que, num mesmo grupo de empresas criadas em 1997, quase metade já tinha fechado as portas sete anos depois

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A pesquisa "Estatísticas do Cadastro Central de Empresas", divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, para cada dez empresas criadas no país, sete são fechadas. Em 2004, ano de referência da pesquisa, foram criadas 716.604 empresas. No mesmo período, foram fechadas 529.587 empresas, o que gerou um saldo positivo de 187.017.
A maioria das empresas que nascem e morrem no país conta com número pequeno de funcionários. As que têm até quatro funcionários concentraram 94,0% das empresas criadas e 61,9% do pessoal ocupado em novos empreendimentos. O mesmo ocorre com as empresas extintas: 96,7% delas tinham até quatro empregados.
As empresas de grande porte representaram apenas 0,05% das novas empresas, mas tiveram uma taxa de mortalidade correspondente: apenas 0,04% delas foi extinto em 2004.
"A maior taxa de mortalidade encontrada nas empresas de pequeno porte é explicada, dentre outras razões, pela maior dificuldade de acesso a crédito e menor capacidade de competitividade. As menores taxas de natalidade e de mortalidade se encontram na faixa de empresas com cem ou mais pessoas ocupadas porque são menos vulneráveis às variações conjunturais da economia", afirma a pesquisa.
A análise por setores mostra que a menor taxa de mortalidade de empresas é a do setor industrial, com 10,1%. O comércio foi responsável pela criação e pela extinção do maior número de empresas. Em 2004, surgiram 387.275 novas empresas desse setor e foram fechadas 292.557. No comércio, o percentual de empresas que foram fechadas em 2004 foi de 11,6% e no setor de serviços ficou em 11,4%. No total, a taxa de criação de novas empresas foi de 15,4% em 2004. Já o total de empresas fechadas no período representou 11,4% do total.

Baixa resistência
Além do patamar elevado de empresas fechadas, a pesquisa mostrou que a vida média das novas empresas é curta. Depois de sete anos, 45,1% das empresas criadas em 1997 já tinham sido fechadas em 2004. A maior taxa de sobrevivência das empresas ocorre nas de número elevado de pessoal. Após um ano de abertura, ainda existiam 80,1% das empresas com até quatro empregados e na faixa de 500 ou mais funcionários ainda existiam 93,8%.
A pesquisa revela que os Estados da região Norte apresentam as maiores taxas de mortalidade de empresas. Em 2004, o percentual de empresas fechadas no Amapá chegou a 21,5%. "A taxa é elevada, mas é preciso observar que esses Estados já têm um número pequeno de empresas, o que impulsiona a variação", afirmou Kátia Carvalho, da gerência do Cadastro Central de Empresas. Em São Paulo, a taxa de novas empresas foi de 14,9% em 2004, e a taxa de mortalidade, de 10,7%.
A análise do desempenho regional das empresas mostra que São Paulo empregou 30,2% do pessoal ocupado. Os demais Estados da região Sudeste empregaram 22,1% do pessoal ocupado em 2004.


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