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Para cada dez empresas abertas, sete são fechadas
Maioria dos empreendimentos que nascem e morrem no país é de pequeno porte e pertence ao setor comercial, diz IBGE
Pesquisa mostra que, num mesmo grupo de empresas criadas em 1997, quase metade já tinha fechado as portas sete anos depois
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A pesquisa "Estatísticas do
Cadastro Central de Empresas", divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), mostra que, para
cada dez empresas criadas no
país, sete são fechadas. Em
2004, ano de referência da pesquisa, foram criadas 716.604
empresas. No mesmo período,
foram fechadas 529.587 empresas, o que gerou um saldo
positivo de 187.017.
A maioria das empresas que
nascem e morrem no país conta com número pequeno de
funcionários. As que têm até
quatro funcionários concentraram 94,0% das empresas criadas e 61,9% do pessoal ocupado
em novos empreendimentos. O
mesmo ocorre com as empresas extintas: 96,7% delas tinham até quatro empregados.
As empresas de grande porte
representaram apenas 0,05%
das novas empresas, mas tiveram uma taxa de mortalidade
correspondente: apenas 0,04%
delas foi extinto em 2004.
"A maior taxa de mortalidade
encontrada nas empresas de
pequeno porte é explicada,
dentre outras razões, pela
maior dificuldade de acesso a
crédito e menor capacidade de
competitividade. As menores
taxas de natalidade e de mortalidade se encontram na faixa de
empresas com cem ou mais
pessoas ocupadas porque são
menos vulneráveis às variações
conjunturais da economia",
afirma a pesquisa.
A análise por setores mostra
que a menor taxa de mortalidade de empresas é a do setor industrial, com 10,1%. O comércio foi responsável pela criação
e pela extinção do maior número de empresas. Em 2004, surgiram 387.275 novas empresas
desse setor e foram fechadas
292.557. No comércio, o percentual de empresas que foram
fechadas em 2004 foi de 11,6% e
no setor de serviços ficou em
11,4%. No total, a taxa de criação de novas empresas foi de
15,4% em 2004. Já o total de
empresas fechadas no período
representou 11,4% do total.
Baixa resistência
Além do patamar elevado de
empresas fechadas, a pesquisa
mostrou que a vida média das
novas empresas é curta. Depois
de sete anos, 45,1% das empresas criadas em 1997 já tinham
sido fechadas em 2004. A
maior taxa de sobrevivência
das empresas ocorre nas de número elevado de pessoal. Após
um ano de abertura, ainda existiam 80,1% das empresas com
até quatro empregados e na faixa de 500 ou mais funcionários
ainda existiam 93,8%.
A pesquisa revela que os Estados da região Norte apresentam as maiores taxas de mortalidade de empresas. Em 2004, o
percentual de empresas fechadas no Amapá chegou a 21,5%.
"A taxa é elevada, mas é preciso
observar que esses Estados já
têm um número pequeno de
empresas, o que impulsiona a
variação", afirmou Kátia Carvalho, da gerência do Cadastro
Central de Empresas. Em São
Paulo, a taxa de novas empresas foi de 14,9% em 2004, e a taxa de mortalidade, de 10,7%.
A análise do desempenho regional das empresas mostra
que São Paulo empregou 30,2%
do pessoal ocupado. Os demais
Estados da região Sudeste empregaram 22,1% do pessoal
ocupado em 2004.
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