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Opep diz que fará corte, mas petróleo cai de novo
Declarações de sauditas fazem produto ter sua pior cotação em oito meses
Durante o dia, commodity chegou a registrar menor marca do ano em Nova York; sauditas apontam que não participarão do corte
DA REDAÇÃO
Nem o anúncio de corte na
produção feito pelo presidente
da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo),
Edmund Daukoru, fez com que
o petróleo voltasse a subir.
Com a Arábia Saudita, maior
produtor mundial, dando sinais de que não participará do
acordo, a commodity teve sua
pior marca em Nova York desde fevereiro.
Na Bolsa nova-iorquina, o
petróleo fechou o dia valendo
US$ 57,59, uma queda de 1,59%
em relação ao dia anterior. Durante o dia, ele chegou a estar
cotado a US$ 57,40 -a menor
marca do ano. O produto também caiu no pregão de Londres,
1,16%, e terminou a quarta-feira valendo US$ 58,65.
Daukoru, que também é o
ministro do Petróleo da Nigéria, disse que os 11 membros da
entidade concordaram em realizar um corte de 1 milhão de
barris na produção diária de
petróleo. Segundo o nigeriano,
apesar do entendimento, ainda
é preciso negociar como a diminuição na produção será dividida entre os países.
No entanto, os sauditas voltaram a sinalizar que não devem diminuir sua produção. Na
semana passada, o embaixador
do país nos EUA, Turki al Faisal, disse que estava "razoável"
o preço do petróleo, na época
cotado a US$ 60. Ontem seu
porta-voz afirmou que a declaração continuava valendo e que
era a "posição saudita". Questionado sobre o anúncio feito
pelo presidente da Opep, o porta-voz disse que "as ações falam
mais alto que as palavras".
A participação da Arábia Saudita é fundamental para que o
corte na produção seja efetivo.
No entanto, declarações feitas
ontem pelo presidente americano, George W. Bush, dão sinais de que a redução não deve
vir antes das eleições legislativas de novembro, nos EUA.
Os sauditas são aliados de
Washington, e Bush disse que o
preço baixo do combustível será um dos fatores que deverão
influenciar mais no pleito, no
qual os democratas podem retomar a maioria em uma ou nas
duas casas do Legislativo.
Os preços elevados estão pela
primeira vez em duas décadas
gerando contração na demanda
por petróleo dos países desenvolvidos, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em 2006, as necessidades de
petróleo entre os países-membros da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caíram
em 100 mil barris diários, para
49,4 milhões de barris ao dia.
Essa queda, importante em termos simbólicos, resulta da desaceleração na economia dos
EUA, bem como da substituição do óleo de aquecimento pelo gás natural, alternativa mais
barata, no país.
Com agências internacionais
e o "Financial Times"
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