São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Opep diz que fará corte, mas petróleo cai de novo

Declarações de sauditas fazem produto ter sua pior cotação em oito meses

Durante o dia, commodity chegou a registrar menor marca do ano em Nova York; sauditas apontam que não participarão do corte

DA REDAÇÃO

Nem o anúncio de corte na produção feito pelo presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Edmund Daukoru, fez com que o petróleo voltasse a subir. Com a Arábia Saudita, maior produtor mundial, dando sinais de que não participará do acordo, a commodity teve sua pior marca em Nova York desde fevereiro.
Na Bolsa nova-iorquina, o petróleo fechou o dia valendo US$ 57,59, uma queda de 1,59% em relação ao dia anterior. Durante o dia, ele chegou a estar cotado a US$ 57,40 -a menor marca do ano. O produto também caiu no pregão de Londres, 1,16%, e terminou a quarta-feira valendo US$ 58,65.
Daukoru, que também é o ministro do Petróleo da Nigéria, disse que os 11 membros da entidade concordaram em realizar um corte de 1 milhão de barris na produção diária de petróleo. Segundo o nigeriano, apesar do entendimento, ainda é preciso negociar como a diminuição na produção será dividida entre os países.
No entanto, os sauditas voltaram a sinalizar que não devem diminuir sua produção. Na semana passada, o embaixador do país nos EUA, Turki al Faisal, disse que estava "razoável" o preço do petróleo, na época cotado a US$ 60. Ontem seu porta-voz afirmou que a declaração continuava valendo e que era a "posição saudita". Questionado sobre o anúncio feito pelo presidente da Opep, o porta-voz disse que "as ações falam mais alto que as palavras".
A participação da Arábia Saudita é fundamental para que o corte na produção seja efetivo. No entanto, declarações feitas ontem pelo presidente americano, George W. Bush, dão sinais de que a redução não deve vir antes das eleições legislativas de novembro, nos EUA.
Os sauditas são aliados de Washington, e Bush disse que o preço baixo do combustível será um dos fatores que deverão influenciar mais no pleito, no qual os democratas podem retomar a maioria em uma ou nas duas casas do Legislativo.
Os preços elevados estão pela primeira vez em duas décadas gerando contração na demanda por petróleo dos países desenvolvidos, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em 2006, as necessidades de petróleo entre os países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caíram em 100 mil barris diários, para 49,4 milhões de barris ao dia. Essa queda, importante em termos simbólicos, resulta da desaceleração na economia dos EUA, bem como da substituição do óleo de aquecimento pelo gás natural, alternativa mais barata, no país.


Com agências internacionais e o "Financial Times"

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