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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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FRAUDES DO CAPITAL

Pesquisa revela que 15% são vítimas de cédulas falsificadas

Dinheiro falso engana paulistanos

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Pelo menos 25% dos moradores de São Paulo já foram vítimas de estelionato na cidade nos últimos 12 meses. Entre as modalidades de estelionato, a líder em fraudes é a emissão de dinheiro falso, que atinge 15% dos paulistanos. No ranking das fraudes, o segundo lugar é o cheque sem fundos, que responde por 7% dos casos.
Os dados constam da pesquisa sobre vitimização em São Paulo, realizada pelo IFB (Instituto Futuro Brasil). Foram ouvidas mais de 20 mil pessoas, em 5.000 domicílios na cidade nos últimos 12 meses.
O economista Cláudio Haddad, presidente do IFB, disse que ele mesmo se mostrou surpreso com a quantidade de dinheiro falso que circula no Brasil. Ele atribui esse percentual expressivo à estabilização da economia, conquistada com o Plano Real.
Antes da estabilização, Haddad diz que o normal era falsificar dólar, que era uma moeda estável. Agora, o real se tornou uma opção para os falsificadores. "A tendência natural é falsificar moeda estável", afirma Haddad.
O próprio Banco Central já tinha constatado o aumento do volume de dinheiro falso, desde o Real. Em 2002, o BC computou 180 mil notas falsificadas de R$ 50.
De acordo com a pesquisa do IFB, o número de vítimas de notas falsificadas é o dobro do total de casos registrados com cheques sem fundos, que estava batendo recordes até há pouco tempo.
De janeiro a agosto deste ano, a Serasa (Centralização dos Serviços Bancários) registrou o maior volume de devoluções de cheques desde que esse indicador começou a ser calculado, em 1991. Foram 15,9 cheques devolvidos a cada 1.000 compensados.
O grande problema constatado pela pesquisa é que as vítimas da fraude do dinheiro falso não se queixam à polícia. Só 2% das pessoas registram a fraude em boletins de ocorrência nas delegacias.
Já em relação ao cheque sem fundos, as queixas são maiores, apesar de também serem muito pequenas. Dos 7% das vítimas desse tipo de fraude, apenas 3,6% informam à polícia.
Bem diferente, por exemplo, do que ocorre no caso de furto de automóveis, no qual 90% das vítimas registram a ocorrência nas delegacias.
Além da falsificação de dinheiro e dos cheques sem fundos, a pesquisa constatou também as seguintes modalidades de estelionato: desvio de linha telefônica residencial (2%), fraude contra cartão de crédito (1,4%) e produtos não entregues (1,3%).
Outros tipos de estelionato como documento falso, celular clonado e fraude em investimento foram registrados em 3,5% do total de vítimas entrevistadas.
Dinheiro falso engana paulistanos

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