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FRAUDES DO CAPITAL
Pesquisa revela que 15% são vítimas de cédulas falsificadas
Dinheiro falso engana paulistanos
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Pelo menos 25% dos moradores
de São Paulo já foram vítimas de
estelionato na cidade nos últimos
12 meses. Entre as modalidades
de estelionato, a líder em fraudes é
a emissão de dinheiro falso, que
atinge 15% dos paulistanos. No
ranking das fraudes, o segundo
lugar é o cheque sem fundos, que
responde por 7% dos casos.
Os dados constam da pesquisa
sobre vitimização em São Paulo,
realizada pelo IFB (Instituto Futuro Brasil). Foram ouvidas mais de
20 mil pessoas, em 5.000 domicílios na cidade nos últimos 12 meses.
O economista Cláudio Haddad,
presidente do IFB, disse que ele
mesmo se mostrou surpreso com
a quantidade de dinheiro falso
que circula no Brasil. Ele atribui
esse percentual expressivo à estabilização da economia, conquistada com o Plano Real.
Antes da estabilização, Haddad
diz que o normal era falsificar dólar, que era uma moeda estável.
Agora, o real se tornou uma opção para os falsificadores. "A tendência natural é falsificar moeda
estável", afirma Haddad.
O próprio Banco Central já tinha constatado o aumento do volume de dinheiro falso, desde o
Real. Em 2002, o BC computou
180 mil notas falsificadas de R$ 50.
De acordo com a pesquisa do
IFB, o número de vítimas de notas
falsificadas é o dobro do total de
casos registrados com cheques
sem fundos, que estava batendo
recordes até há pouco tempo.
De janeiro a agosto deste ano, a
Serasa (Centralização dos Serviços Bancários) registrou o maior
volume de devoluções de cheques
desde que esse indicador começou a ser calculado, em 1991. Foram 15,9 cheques devolvidos a cada 1.000 compensados.
O grande problema constatado
pela pesquisa é que as vítimas da
fraude do dinheiro falso não se
queixam à polícia. Só 2% das pessoas registram a fraude em boletins de ocorrência nas delegacias.
Já em relação ao cheque sem
fundos, as queixas são maiores,
apesar de também serem muito
pequenas. Dos 7% das vítimas
desse tipo de fraude, apenas 3,6%
informam à polícia.
Bem diferente, por exemplo, do
que ocorre no caso de furto de automóveis, no qual 90% das vítimas registram a ocorrência nas
delegacias.
Além da falsificação de dinheiro
e dos cheques sem fundos, a pesquisa constatou também as seguintes modalidades de estelionato: desvio de linha telefônica residencial (2%), fraude contra cartão
de crédito (1,4%) e produtos não
entregues (1,3%).
Outros tipos de estelionato como documento falso, celular clonado e fraude em investimento
foram registrados em 3,5% do total de vítimas entrevistadas.
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