JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) protocolou requerimento no DAC (Departamento de Aviação Civil) questionando a venda da empresa de carga VarigLog.
O sindicato quer esclarecimentos sobre a transferência de titularidade da VarigLog para a Aero LB, sociedade de propósito específico criada pela TAP (Portugal) a fim de obedecer ao limite de 20% de participação de empresas estrangeiras em companhias aéreas.
A sociedade tem como acionistas Alberto Camões e Álvaro Gonçalves, do fundo Stratus, e a TAP, por meio de uma empresa constituída no exterior, denominada "Reaching Force".
O principal aspecto a ser esclarecido, segundo o sindicato, refere-se à participação do investidor Stanley Ho. A "Reaching Force" é constituída pela TAP e pela Geocapital, situada em Macau (sudeste da China).
A Geocapital é uma empresa criada com o objetivo de investir em projetos de infra-estrutura em países de língua portuguesa. Ho é o principal acionista individual da Geocapital é dono de cassinos e jogos lotéricos.

Pedido de esclarecimentos
De acordo com o sindicato, informações do jornal "The Asian Pacific Post" dão conta de que o grupo chinês, que explora vários cassinos, estaria ligado ao crime organizado e também à lavagem de dinheiro.
No requerimento, os sindicatos pedem que o DAC expeça certidão esclarecendo que autorizou a transferência do controle da empresa e confirme se foram obedecidas as tramitações legais.
O pedido inclui também uma definição de quem autorizou a operação: o órgão, o comandante da Aeronáutica ou o ministro da Defesa.
"O Snea deseja saber se o DAC examinou a legalidade da manobra que introduziu acionistas de conveniência no capital social, bem como se investigou a origem do capital para a integralização dessas ações", informa a nota.
O texto do requerimento foi enviado também para os presidentes do Senado, da Câmara, da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, para o ministro da Defesa, para a ministra-chefe da Casa Civil, para o advogado-geral da União, para o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, para o presidente do Tribunal de Contas da União, para o procurador-geral da República e para o comandante da Aeronáutica.


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