São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Desemprego atinge todas as classes sociais

DA SUCURSAL DO RIO

O prejuízo que a baixa escolaridade causa na inserção do jovem no mercado de trabalho é mais grave quando se percebe que o desemprego hoje atinge de forma mais acentuada os jovens de todas as classes sociais.
Segundo o Dieese, os jovens são hoje 46% dos desempregados, apesar de representarem apenas 25% da população economicamente ativa.
Um estudo do economista Cláudio Dedecca, da Unicamp, mostra também que esse quadro vem se agravando: em 1995, o desemprego atingia 13,9% dos brasileiros entre 16 e 17 anos. Em 2004, chegou a 24,2%
Uma extensa pesquisa feita com 8.000 jovens pelo Ibase e pelo Instituto Polis indica também que o desemprego atinge todas as classes sociais, apesar de ser mais intenso entre os mais pobres.
Entre jovens das classes D e E, as mais pobres, 69,5% procuravam emprego na época da pesquisa. Entre jovens da classe A e B, esse percentual, ainda que menor, também era alto: 49,6%.
O relatório da pesquisa apontava que, apesar do aumento da escolarização dos jovens, não houve aumento proporcional na oferta de empregos.
"A questão do trabalho apareceu nas entrevistas que foram feitas na pesquisa sempre como primeiro ou segundo item a mais preocupar os jovens de todas as classes sociais e níveis de escolaridade. Esses jovens disseram também que havia pouca relação entre o que eles haviam estudado e o que precisavam para entrar no mercado de trabalho", afirma Patrícia Lânes, pesquisadora do Ibase.


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