|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Benefícios sociais e crédito ajudam a elevar importações
Além do efeito do dólar, crédito consignado, Bolsa Família e alta do mínimo estimulam consumo e compras externas
Aquisições de bens de consumo do exterior crescem 41,2%; compras de bens populares devem avançar 67% neste ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maior procura por produtos importados neste fim de
ano é resultado não apenas do
dólar barato mas da recuperação do consumo doméstico, impulsionado pelo crédito consignado, por benefícios sociais, como o Bolsa Família, e aumento
do salário mínimo.
Na avaliação de Paulo Mol,
economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria),
esses benefícios também facilitaram os crediários, o que contribuiu para o aumento de
41,2% na procura por bens de
consumo estrangeiros.
As importações de eletrodomésticos deram um salto. Segundo dados da Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, até setembro cresceram 346% as importações de fornos de microondas e 239% as compras de
aspiradores de pó.
O comércio popular também
explodiu. Gustavo Dedivits, da
Associação Brasileira dos Importadores de Produtos Populares, diz que o câmbio tem impulsionado a importação. "Em
2005, importamos 120 milhões
de produtos e neste ano esperamos importar 200 milhões."
O dólar fraco também jogou
para cima as importações de
produtos como carros. Segundo a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores),
em 2005, até setembro, o país
havia importado 57.617 unidades. Neste ano, as compras saltaram para 96.655 carros.
"É normal que alguns setores
sofram com a concorrência,
mas o resultado é bom para o
consumidor, que pode obter
produtos melhores e mais baratos, e bom também para as
empresas, que acabam se modernizando para competir", diz
Fernando Ribeiro, da Funcex
(Fundação Centro de Estudos
do Comércio Exterior).
As indústrias de calçados,
brinquedos e têxteis estão entre as que mais perderam competitividade devido ao câmbio.
Eduardo Benevides, diretor
administrativo da Abrimex
(Associação Brasileira dos Importadores de Brinquedos e
Produtos Infantis), acha que as
importações são necessárias
porque a indústria nacional
não tem como abastecer o mercado sozinha, mas faz ressalvas.
"Durante dez anos houve salvaguardas na forma de cotas para
proteger a indústria nacional
de brinquedos. Os nacionais
são mais caros porque a carga
tributária é maior", afirma.
Texto Anterior: Importação bate recorde, mas ainda é baixa Próximo Texto: Filme da Disney para televisão vira febre pré-adolescente Índice
|