São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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Resultado de inflação nos EUA domina pauta semanal

Fala de Bernanke também deve mexer com o mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana começa morna, com um feriado nos Estados Unidos. No Brasil, não há dados econômicos relevantes programados para hoje e amanhã. Na quinta-feira será feriado por aqui, com o fechamento dos mercados financeiros locais.
Mas a quarta-feira chega com uma agenda econômica bastante pesada. Além da divulgação do PPI (índice de preços ao produtor americano, na sigla em inglês) de outubro, Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), fará um pronunciamento.
Na semana passada, Bernanke deu declarações, onde demonstrou preocupação com a atividade econômica no país nos próximos trimestres, e desagradou aos investidores.
Na quinta-feira, enquanto o mercado doméstico estiver fechado, será a vez da divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor americano) de outubro ser conhecido.
"Na semana, a agenda de indicadores dos Estados Unidos deverá chamar a atenção dos mercados, podendo sustentar o cenário de cautela, com a divulgação de índices de inflação e atividade. Caso os indicadores mostrem inflação em alta e atividade com viés negativo, a tensão nos mercados não deverá perder força", avalia a corretora Coinvalores.
A Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu se valorizar 0,42% na semana passada, escapando dos resultados negativos acumulados pelas grandes Bolsas mundiais no período. A Nasdaq -Bolsa eletrônica onde são negociadas ações de importantes companhias de alta tecnologia- amargou perdas de 6,5% na semana passada. Em Londres, a desvalorização foi de 3,5% no período.
O que salvou a Bovespa na semana passada foi a disparada das ações da Petrobras. A confirmação de uma descoberta de grande reserva de petróleo e gás na bacia de Santos (litoral paulista) animou e atraiu novos investidores para os papéis da petrolífera, que encerraram a semana com expressivos ganhos de 17,45% (ordinários) e 14,27% (preferenciais).
"Os últimos anúncios de perdas, acima do esperado, de grandes instituições financeiras e a perspectiva de que novas surpresas possam ocorrer no setor devem deixar o mercado bastante volátil. A divulgação de dados sobre o setor imobiliário americano também será monitorada de perto com o preço do petróleo, que segue próximo de US$ 100 o barril", afirma Oscar Rudge, gestor de renda variável da Paraty Investimentos.
O mercado mundial mostrou na semana passada que ainda está muito sensível a notícias referentes aos impactos da crise do setor de crédito imobiliário de alto risco nos EUA -conhecido como "subprime"- no desempenho dos grandes bancos. Na sexta-feira, boatos chegaram a circular pelo mercado, segundo os quais o britânico Barclays seria o próximo a anunciar importantes perdas decorrentes da crise, que sofreu seu momento mais preocupante entre julho e agosto.
Assim, na quarta-feira os investidores estarão mais uma vez atentos à divulgação do resultado das solicitações de empréstimos imobiliários, medido pela MBA (associação que agrupa instituições financeiras norte-americanas do setor de hipotecas).
"Os ativos brasileiros deverão acompanhar os mercados internacionais. Contudo o bom comportamento da economia mundial sustenta o cenário de viés positivo para as economias emergentes e poderá resultar em dissociação do comportamento dos mercados locais em relação ao exterior", avalia a Coinvalores.


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