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BC da China indica que vai permitir valorização do yuan
Sinalização ocorre às vésperas de viagem de Obama, que critica câmbio chinês
Cotação da moeda da China,
mantida artificialmente
baixa, facilita a exportação
de produtos do país e
dificulta a importação
DA REDAÇÃO
O governo chinês deu ontem
o sinal mais claro nos últimos
meses de que pretende deixar a
moeda local, o yuan, voltar a se
valorizar em relação ao dólar. O
tema é acompanhado com muita atenção pelas principais economias globais, já que a cotação
do yuan é mantida artificialmente baixa, facilitando a venda de produtos chineses no exterior (o país é o segundo maior
exportador mundial) e dificultando a entrada de produtos
em seu mercado.
Às vésperas da visita do presidente dos EUA, Barack Obama, ao país, o banco central chinês indicou que vai levar em
consideração outras moedas, e
não apenas o dólar, na orientação da taxa cambial. "Em referência aos fluxos internacionais de capital e às mudanças
nas principais moedas, vamos
melhorar o mecanismo de formação da cotação cambial do
yuan", afirmou o BC.
Desde julho do ano passado,
a moeda chinesa, na prática,
voltou a estar atrelada ao dólar,
em uma medida adotada por
Pequim que visava proteger o
setor exportador local dos impactos da crise global.
Com aquela medida, o governo reverteu a decisão de 2005,
quando acabou com a política
de câmbio fixo (o valor do yuan
foi atrelado ao dólar por pouco
mais de uma década), usando
uma cesta de quatro moedas
para administrar a taxa: dólar,
euro, iene e won (divisa da Coreia do Sul). Nesse período de
três anos, o yuan se valorizou
em cerca de 20%.
O lastro em relação ao dólar
ocorre em momento de forte
depreciação da moeda americana, o que colabora ainda mais
para as exportações chinesas
-e também faz crescer as críticas contra essa política. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, na semana passada,
às vésperas da reunião do G20
(das principais economias globais), que "é difícil viver em um
mundo em que há câmbio flexível para alguns países e para
outros não", em alusão à China.
E Obama, que estará no país
asiático entre os dias 15 e 18,
disse que a valorização do yuan
será um dos assuntos que tratará com as autoridades chinesas.
Os EUA são o principal importador da China, que, por sua
vez, representa a maior fonte
de deficit na balança comercial
americana. Por isso, há vários
anos Washington critica a política cambial chinesa.
E as pressões internacionais
devem crescer ainda mais com
os recentes resultados da economia chinesa. A produção industrial do país cresceu 16,1%
em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, a
maior alta desde março de
2008. Já as exportações (na
comparação com o mesmo período) caíram 13,8%, a menor
queda em dez meses nas vendas para o exterior.
Com agências internacionais
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