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Crítica ao câmbio chinês
é rebatida por Greenspan
DA REDAÇÃO
O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan
Greenspan, criticou ontem o que
classificou de "sabedoria convencional", segundo a qual a valorização da moeda chinesa ajudaria a
indústria americana. Para
Greenspan, ainda que a alta do
yuan seja necessária, isso não
criaria empregos nos EUA.
"Essa história sobre comércio e
empregos, na minha opinião, é
um pouco mais complexa, especialmente com relação à China,
do que essa espécie de sabedoria
convencional levaria alguém a
acreditar", disse Greenspan.
O presidente do Fed fez os comentários em uma conferência
em Dallas (Texas). Greenspan
questionou algumas das posições
defendidas recentemente pela indústria norte-americana e pelo
governo George W. Bush.
"A valorização do yuan provavelmente teria pouco, se algum,
efeito no emprego agregado nos
EUA", disse Greenspan. "Mas
uma moeda chinesa desalinhada,
se esse é o caso, teria efeitos adversos no mercado financeiro mundial e, assim, na produção e no
emprego nos EUA."
A China mantém sua moeda, o
yuan, em regime de paridade com
o dólar há cerca de dez anos. De
acordo com industriais americanos, o yuan estaria desvalorizado
em até 40%, o que favoreceria as
exportações do país, custando, assim, empregos nos EUA.
Os EUA têm um colossal déficit
comercial com a China, que deverá chegar a US$ 120 bilhões neste
ano. No ano passado, a conta já
havia sido favorável em US$ 103
bilhões para os chineses.
Apesar da recuperação americana, a indústria segue em marcha lenta e cria poucos empregos.
Na verdade, a manufatura acumula 40 meses seguidos de fechamento de vagas.
Empresários pressionam o governo para que sejam adotadas
barreiras comerciais, como a imposição de cotas. Pedem ainda
que a China deixe o yuan flutuar.
Na opinião de Greenspan, a história não seria tão simples assim.
O presidente do Fed disse que, caso a China valorizasse o yuan,
provavelmente os EUA continuariam importando de outros países, sem impacto na criação de vagas em território americano.
Greenspan também voltou a
criticar o crescente sentimento
protecionista nos EUA, como já
havia feito no mês passado.
"Se cedermos a essa nostalgia e
nos fecharmos a industrializados
importados, passando a produzi-los nós mesmos, nosso padrão de
vida cairá", disse. "As consequências de caminhar nessa direção,
em um mundo financeiro muito
mais globalizado, poderiam ser
desestabilizadoras."
Mas, para Greenspan, as excessivas compras de dólares feitas
pela China poderão superaquecer
(e desestabilizar) a economia do
país, por causa da ampliação da
base monetária.
EUA e China marcaram uma
reunião, para o mês que vem, em
que discutirão a questão cambial.
Com agências internacionais
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