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CONTAS NACIONAIS
Segundo o IBGE, saída de empresas fez participação do Estado cair de 36,1% em 1985 para 33,4% em 2001
Peso de SP no PIB diminui com guerra fiscal
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Mais importante economia do
país e dependente da indústria,
São Paulo perdeu peso no PIB
(Produto Interno Bruto) nacional, enquanto Estados com vocação agropecuária e o Distrito Federal avançaram no período de
1985 a 2001. Divulgados ontem, os
dados são das Contas Regionais
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Por causa da perda relativa da
indústria (representava 51,6% do
PIB industrial nacional em 1985 e
passou para 41,8% em 2001), a
participação do PIB de São Paulo
ficou 2,7 pontos percentuais menor -ou R$ 32,4 bilhões a menos
no produto, a preços de 2001.
Para o IBGE, um dos motivos
foi a guerra fiscal, que levou a industrialização para outras regiões
do país. "Esse movimento é explicado pelo avanço de outros Estados, especialmente do Nordeste e
do Sul, que atraíram empresas
com incentivos fiscais", disse Gilda Santiago, chefe da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Apesar da perda, São Paulo ainda representa 33,4% do PIB do
país -era 36,1% em 1985. Em
2001, o PIB de São Paulo somou
R$ 400,6 bilhões, cifra muito
maior do que a do Rio, o segundo
colocado (R$ 148 bilhões).
O Distrito Federal ganhou 1,4
ponto percentual de 1985 a 2001, o
que corresponde a R$ 16,8 bilhões. Segundo o IBGE, há duas
causas para o crescimento do Distrito Federal: os juros altos cobrados pelos bancos -dois estatais
têm sede lá, a Caixa Econômica
Federal e o Banco do Brasil- e os
gastos da administração pública
federal, que se concentram em
Brasília. Seu peso no PIB do país
era de 1,4% em 1985. Passou para
2,8% em 2001.
No período, as economias que
mais cresceram foram as de Mato
Grosso e do Amazonas -228% e
223%, respectivamente. Também
tiveram expansões significativas
Estados do Norte com vocação
agropecuária, como Roraima
(126%) e Amapá (103%).
O Rio foi o Estado com pior desempenho. A crise do início da
década de 90, quando diversas
empresas deixaram o Estado, fez
o PIB regional crescer apenas 27%
de 1985 a 2001. No período, o produto do país subiu 49% -3,1% ao
ano.
Centralização
Apesar da aparente desconcentração regional, os dados do IBGE
revelam que o país continua com
a economia centralizada no eixo
Sul/Sudeste.
Apenas sete Estados, a maioria
dessas regiões, representam 77%
do PIB. Em 1985, o percentual era
de 81%. O produto está concentrado em São Paulo, Rio, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina. Sozinho, o Sudeste concentra 57,1%
do PIB do país.
Em 2001, os melhores desempenhos do PIB ficaram com Estados
onde o agronegócio é dinâmico.
O Mato Grosso do Sul liderou o
ranking, com crescimento de
8,1%. A seguir, Mato Grosso
(6,7%), Rondônia (6,5%), Roraima (5,9%) e Amapá (5,7%). O
Ceará foi o único com queda, de
1,1%. Na média nacional, a expansão foi de 1,3%.
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