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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Brasileiro é o que mais defende ação estatal
A população brasileira é a
que mais defende a intervenção
do governo na economia, segundo pesquisa realizada pela
Market Analysis e pela GlobeScan em 27 nações. A média
mundial é de 56% de aprovação
à ideia -entretanto, no país,
87% se dizem favoráveis a que o
Estado interfira no dia-a-dia
dos negócios.
A elevada taxa global de
apoio à intromissão governamental é resultado da crise que
sacudiu o planeta entre o final
de 2008 e o início deste ano.
Nos EUA, aponta-se a falta de
controle sobre as operações
realizadas pelos bancos como
uma das principais causas do
problema.
"As turbulências foram percebidas não apenas como um
fenômeno conjuntural, mas
acabaram abalando bastante o
conceito de livre mercado", diz
Fabián Echegaray, diretor da
Market Analysis.
De acordo com o levantamento, a maioria dos brasileiros também afirma achar que o
Estado deve ter controle direto
sobre as principais indústrias
nacionais.
Echegaray explica que tal
anuência à pesada ação estatal
não significa exatamente uma
confiança na competência do
poder público. "É mais um desejo de deixar que essa instância superior resolva as dificuldades cotidianas. O governo é
visto de forma paternalista, como um agente capaz de garantir o bem-estar", comenta o
cientista político.
A um traço cultural do país
soma-se o sucesso que a atual
administração teve em conter
os efeitos da crise.
É justamente a diferença de
valores o principal motivo para
que os povos de localidades que
sofreram recessão rejeitem intervenções. Os EUA e o Reino
Unido estão entre os que desaprovam a atuação estatal forte.
"A crença, lá, é a de que o progresso depende do esforço individual, enquanto no Brasil
acredita-se que é decorrente da
ajuda pública", diz Echegaray.
As turbulências foram
percebidas não só como
fenômeno conjuntural,
mas abalaram a ideia de
livre mercado. No Brasil,
há o desejo de deixar
que o governo resolva as
dificuldades cotidianas
FABIÁN ECHEGARAY
diretor da Market Analysis
AO TRABALHO
O segmento de móveis para escritórios sofreu em dobro
na crise. Além da queda nas vendas do setor em geral, houve
um agravante, segundo José Alberto Chiuratto, presidente
da Alberflex. "Com as demissões que a crise provocou, além
da queda na demanda por móveis de trabalho, surgiu um
mercado de produtos usados dessas empresas." O resultado
foi um aumento dos estoques, que a Alberflex passou a usar,
após o reaquecimento da economia nos últimos meses, como
uma linha de pronta entrega. "Agora, com a redução do IPI
para móveis, esperamos poder atender o crescimento da demanda", diz. A empresa teve queda de 30% no faturamento
no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de
2008. O segundo semestre apresentou retomada e já superou os números do mesmo intervalo do ano passado.
PÉ NO ACELERADOR
A grande queixa dos usuários de Nextel sempre foi a de
que os seus aparelhos eram mais feios do que os celulares
comuns. Por saber que a questão da funcionalidade se
tornou decisiva, a empresa fará dela um pilar da sua estratégia e promete lançar no começo de 2010 o primeiro
modelo "touchscreen". "Trabalhamos para reduzir a lacuna de tendência", diz Sérgio Chaia, presidente da Nextel.
CATAVENTO
O presidente da Abeeólica
(Associação Brasileira das
Empresas de Energia Eólica), Lauro Fiúza Filho, assume amanhã, em Copenhague, uma vaga no conselho
da GWEC (Global Wind
Energy Council), entidade
que congrega as maiores
empresas e associações do
setor no mundo. Fiúza também é presidente do Grupo
Servtec.
PRIMEIROS PASSOS
A Confederação das Indústrias Dinamarquesas
propôs à Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de
São Paulo) a elaboração de
um memorando de entendimento para a cooperação no
uso de tecnologias verdes.
Dentre os processos que podem interessar aos empresários brasileiros, está o de
geração eólica de energia
elétrica em larga escala.
com JOANA CUNHA e DENYSE GODOY
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