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Cai tempo gasto para achar emprego em SP
Trabalhador leva em média 37 semanas para encontrar vaga, aponta Dieese; em 2008, prazo era de 42 e, em 2004, de 55 semanas
Tendência de queda ocorre
desde 2005, diz entidade;
mercado interno e reação da
renda amorteceram efeito da
crise no mercado de trabalho
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nem mesmo a crise reverteu
a tendência de redução do tempo gasto para achar emprego na
região metropolitana de São
Paulo. Entre janeiro e outubro,
o trabalhador levou, em média,
cerca de 37 semanas para se recolocar -no ano passado, a média ficou em 42 semanas.
Desde 2004, quando houve
um pico de 55 semanas, esse
tempo médio vem caindo. Demanda interna em alta, expansão do crédito e aumento da
renda serviram de "colchão" e
amorteceram os efeitos da crise, avaliam especialistas na
área. Consequentemente, o
mercado de trabalho pôde entrar em processo de recuperação mais rapidamente.
Os dados, tabulados pelo
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a pedido
da Folha, são impactados por
um "efeito estatístico": com as
demissões, mais gente passou a
procurar emprego -o que,
num primeiro momento, puxou a média geral para baixo.
Entretanto, pontua a economista do Dieese Patrícia Costa,
mesmo esse efeito estatístico
vem colado ao crescimento
econômico dos últimos anos.
"O país cresceu e abriu oportunidades. Neste momento,
demitiu; as pessoas saíram do
seu trabalho e estão há menos
tempo procurando emprego. É
efeito estatístico? É. Mas que
veio do crescimento dos últimos anos. Inclusive porque diminui na ponta máxima: quem
estava havia mais de um ano
sem achar emprego veio se incorporando nos últimos anos."
Em 2004, 27,2% dos que
procuravam vaga o faziam havia mais de um ano; em 2008,
ao lado da queda na taxa de desemprego, esse percentual caiu
para 17,8%. No acumulado deste ano -impactado inicialmente pelos cortes-, são 14,1%.
O desemprego na região metropolitana, que vem caindo
desde 2002, fechou o ano passado em 13,4%, nos cálculos do
Dieese. Neste ano, após o pico
de abril (15%), o indicador já
voltou ao patamar de 2008, registrando em outubro 13,2%.
O fortalecimento do mercado interno, diz Costa, fez com
que o país se recuperasse melhor dos cortes do começo do
ano. Entre setembro de 2008 e
setembro deste ano, o índice da
massa de rendimentos reais da
região metropolitana subiu de
84,8 para 86,7, puxado pelo incremento dos mais pobres e
dos 25% mais ricos. Dois anos
antes, o índice havia sido 81,5.
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