São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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Cai tempo gasto para achar emprego em SP

Trabalhador leva em média 37 semanas para encontrar vaga, aponta Dieese; em 2008, prazo era de 42 e, em 2004, de 55 semanas

Tendência de queda ocorre desde 2005, diz entidade; mercado interno e reação da renda amorteceram efeito da crise no mercado de trabalho


NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nem mesmo a crise reverteu a tendência de redução do tempo gasto para achar emprego na região metropolitana de São Paulo. Entre janeiro e outubro, o trabalhador levou, em média, cerca de 37 semanas para se recolocar -no ano passado, a média ficou em 42 semanas.
Desde 2004, quando houve um pico de 55 semanas, esse tempo médio vem caindo. Demanda interna em alta, expansão do crédito e aumento da renda serviram de "colchão" e amorteceram os efeitos da crise, avaliam especialistas na área. Consequentemente, o mercado de trabalho pôde entrar em processo de recuperação mais rapidamente.
Os dados, tabulados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a pedido da Folha, são impactados por um "efeito estatístico": com as demissões, mais gente passou a procurar emprego -o que, num primeiro momento, puxou a média geral para baixo. Entretanto, pontua a economista do Dieese Patrícia Costa, mesmo esse efeito estatístico vem colado ao crescimento econômico dos últimos anos.
"O país cresceu e abriu oportunidades. Neste momento, demitiu; as pessoas saíram do seu trabalho e estão há menos tempo procurando emprego. É efeito estatístico? É. Mas que veio do crescimento dos últimos anos. Inclusive porque diminui na ponta máxima: quem estava havia mais de um ano sem achar emprego veio se incorporando nos últimos anos."
Em 2004, 27,2% dos que procuravam vaga o faziam havia mais de um ano; em 2008, ao lado da queda na taxa de desemprego, esse percentual caiu para 17,8%. No acumulado deste ano -impactado inicialmente pelos cortes-, são 14,1%.
O desemprego na região metropolitana, que vem caindo desde 2002, fechou o ano passado em 13,4%, nos cálculos do Dieese. Neste ano, após o pico de abril (15%), o indicador já voltou ao patamar de 2008, registrando em outubro 13,2%.
O fortalecimento do mercado interno, diz Costa, fez com que o país se recuperasse melhor dos cortes do começo do ano. Entre setembro de 2008 e setembro deste ano, o índice da massa de rendimentos reais da região metropolitana subiu de 84,8 para 86,7, puxado pelo incremento dos mais pobres e dos 25% mais ricos. Dois anos antes, o índice havia sido 81,5.


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