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FOLHAINVEST
PENSÃO
"Tivemos um ano espetacular", diz executivo do Santander; investimentos perderam mais de R$ 60 bilhões
Captação de fundos de previdência foi 85% maior em 2002
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
A máxima de que o brasileiro
não gosta de poupar parece não
ser verdade, pelo menos para os
bancos que administram fundos
de previdência privada.
No ano passado, segundo dados
do site Fortuna, a captação dos
fundos cresceu 85,63% em relação a 2001.
Em um ano que os fundos de investimentos perderam mais de R$
60 bilhões, principalmente a partir de maio com o ajuste das regras de marcação a mercado, a
captação dos fundos de previdência foi positiva durante todos os
meses.
No mês de julho, por exemplo,
quando todos os investimentos
perderam recursos, os fundos de
previdência registraram entradas
de R$ 357 milhões.
"Tivemos um ano espetacular",
diz Rodrigo Bacellar Wuerkert,
superintendente executivo do
grupo Santander-Banespa.
Segundo Marco Antonio Rossi,
diretor-presidente do Bradesco
Vida e Previdência, o fator preponderante para o crescimento
no ano passado foi o lançamento
do VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres).
Nessa modalidade, durante a
chamada fase de acumulação (ou
seja, enquanto ainda estiver aplicando o dinheiro, sem começar a
resgatar os benefícios), a seguradora repassa integralmente os ganhos de investimentos, já descontados os custos de administração
e carregamento.
"Muitas pessoas que não podiam se aproveitar da isenção fiscal proporcionada pelo PGBL
[Plano Gerador de Benefício Livre" ficavam sem ter onde aplicar.
Com a criação do VGBL elas passaram a contar com uma opção
de investimento mais adequada",
afirma Rossi.
Além disso, Rossi cita a mudança da mentalidade do brasileiro
que, segundo ele, além de enxergar um plano de previdência como uma aplicação de longo prazo, passou a procurar muito mais
o banco para adquirir planos.
"Especialmente por causa do
VGBL, onde a aplicação mínima
mensal é de R$ 50 contra R$ 150
no PGBL, passamos a ter clientes
de renda mais baixa e até mesmo
jovens recém-formados que estão
em seu primeiro emprego mas já
saíram da faculdade com uma outra mentalidade."
Os fundos de previdência, como
qualquer tipo de aplicação, também proporcionam um certo risco ao investidor, embora ele seja
baixo. Como também aplicam em
títulos do governo, os fundos podem sofrer, a longo prazo, com a
queda na taxa de juros.
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