São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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FOLHAINVEST

PENSÃO

"Tivemos um ano espetacular", diz executivo do Santander; investimentos perderam mais de R$ 60 bilhões

Captação de fundos de previdência foi 85% maior em 2002

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

A máxima de que o brasileiro não gosta de poupar parece não ser verdade, pelo menos para os bancos que administram fundos de previdência privada.
No ano passado, segundo dados do site Fortuna, a captação dos fundos cresceu 85,63% em relação a 2001.
Em um ano que os fundos de investimentos perderam mais de R$ 60 bilhões, principalmente a partir de maio com o ajuste das regras de marcação a mercado, a captação dos fundos de previdência foi positiva durante todos os meses.
No mês de julho, por exemplo, quando todos os investimentos perderam recursos, os fundos de previdência registraram entradas de R$ 357 milhões.
"Tivemos um ano espetacular", diz Rodrigo Bacellar Wuerkert, superintendente executivo do grupo Santander-Banespa.
Segundo Marco Antonio Rossi, diretor-presidente do Bradesco Vida e Previdência, o fator preponderante para o crescimento no ano passado foi o lançamento do VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres).
Nessa modalidade, durante a chamada fase de acumulação (ou seja, enquanto ainda estiver aplicando o dinheiro, sem começar a resgatar os benefícios), a seguradora repassa integralmente os ganhos de investimentos, já descontados os custos de administração e carregamento.
"Muitas pessoas que não podiam se aproveitar da isenção fiscal proporcionada pelo PGBL [Plano Gerador de Benefício Livre" ficavam sem ter onde aplicar. Com a criação do VGBL elas passaram a contar com uma opção de investimento mais adequada", afirma Rossi.
Além disso, Rossi cita a mudança da mentalidade do brasileiro que, segundo ele, além de enxergar um plano de previdência como uma aplicação de longo prazo, passou a procurar muito mais o banco para adquirir planos.
"Especialmente por causa do VGBL, onde a aplicação mínima mensal é de R$ 50 contra R$ 150 no PGBL, passamos a ter clientes de renda mais baixa e até mesmo jovens recém-formados que estão em seu primeiro emprego mas já saíram da faculdade com uma outra mentalidade."
Os fundos de previdência, como qualquer tipo de aplicação, também proporcionam um certo risco ao investidor, embora ele seja baixo. Como também aplicam em títulos do governo, os fundos podem sofrer, a longo prazo, com a queda na taxa de juros.



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