São Paulo, quarta, 13 de janeiro de 1999

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MERCADO FINANCEIRO

Leilão do Tesouro não vende todos os títulos

da Reportagem Local

O Tesouro Federal não vendeu ontem todos os títulos de rolagem da dívida interna que levou a leilão. Com a instabilidade nos mercados financeiros, os bancos pediram taxas de juros altas demais para carregar os papéis. O Tesouro preferiu não pagá-las.
A venda menor do que a desejada ocorreu no leilão de NTN-Es, Notas do Tesouro Nacional da série E, papéis que pagam as taxas médias de juros dos Certificados de Depósito Bancário de 30 dias dos principais bancos mais uma taxa fixa, determinada no leilão.
O Tesouro levou a leilão R$ 500 milhões de NTN-Es. Acabou vendendo apenas R$ 355 milhões.
No leilão desses papéis realizado no último dia 6, os bancos aceitaram ficar com o papel de vencimento em junho com taxas de 2,90% ao ano, na máxima, e de 2,89% ao ano, na média.
Ontem, exigiram 3,63% ao ano, na média, e 4,18% ao ano, na máxima, para papéis com vencimento em 7 de julho deste ano.
Mais do que os 4,18%, o Tesouro Nacional não se dispôs a pagar aos bancos que participaram do leilão.
Os bancos pedem taxas de juros mais altas para carregar os papéis pois os juros pagos pelos papéis da dívida externa negociados no mercado internacional subiram.
Os juros projetados pelos mercados futuros explodiram. Para fevereiro, as taxas estimadas subiram de 32,45% ao ano anteontem para 38,89% ontem. Os juros do over estão em 29% ao ano.
O Tesouro Nacional vendeu ontem todos os R$ 2 bilhões de NTN-Ss, Notas do Tesouro Nacional da série S, que levou a leilão. Esses papéis pagam juros prefixados, no caso por 20 dias, e depois passam a render os juros do over, o mercado por um dia, nos negócios com títulos públicos.
Apesar de vender a totalidade dessas NTN-Ss ontem, o Tesouro teve de aceitar pagar taxas de juros bem acima dos 29% ao ano, as taxas praticadas no over. As taxas máximas foram de 34,80% ao ano e as médias, de 33,40%.
O presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manuel Felix Cintra Neto, informou ontem que o total de contratos negociados na BM&F no ano passado totalizou 87 milhões, uma redução de 28% na comparação com o ano de 1997. O mercado crescia, mas caiu por causa do aumento de margens exigidas após a moratória russa.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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