|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LICENCIADOS
Produtos com as marcas Angélica, Eliana, Gugu e Sandy e Júnior movimentam R$ 250 mi por ano
Famosos dão vida nova a empresas
JULIO WIZIACK
FÁTIMA FERNANDES
Lalo de Almeida
|
Luiz Roseghini, diretor da Baby Brink, que faz bonecas de famosos e dobrou faturamento em 4 anos. |
da Reportagem Local
O comércio de produtos com a
marca de gente famosa deu vida
nova a um grupo de pequenas e
médias empresas. Sem perspectivas de expansão, elas decidiram
estampar a imagem de artistas em
suas linhas. Se deram bem. Algumas conseguiram dobrar a receita
e outras até saíram do buraco.
A "tábua de salvação" dessas
companhias é um time de 20 artistas que giram cerca de R$ 400
milhões por ano. Os cinco campeões (Angélica, Eliana, Gugu,
Sandy e Júnior e Hebe Camargo)
respondem por R$ 250 milhões,
mais da metade desse mercado.
Uma das primeiras empresas a
sair do vermelho devido ao licenciamento foi a Grow, que comercializa basicamente jogos educativos. A empresa estava à beira da
falência em janeiro de 1992, quando licenciou o primeiro produto
do apresentador Gugu Liberato.
Conseguiu sair do buraco dois
anos depois. Pagou credores e hoje fatura cerca de R$ 25 milhões
por ano, duas vezes mais do que
em 92. Desse total, 60% vêm da
venda de produtos do Gugu e da
Eliana, carros-chefes da empresa.
A popularidade da apresentadora Angélica levou a Avamiller,
fabricante de cosméticos, a desbancar a Colorama, uma das
grandes do setor. Com a linha de
esmaltes da Angélica, a Avamiller
chegou a comercializar 1 milhão
de unidades por mês. O desempenho consolidou também a linha
própria da companhia, a Impala.
O contrato com Angélica expirou e a empresa já está de olho em
outras artistas. Os nomes ainda
estão sob sigilo. A Folha apurou
que os famosos mais cotados são
"A Feiticeira" e Sabrina.
Angélica também ajudou a inflar o faturamento da Baby Brink.
Especializada em bonecas, a empresa dobrou o faturamento em
quatro anos, para R$ 20 milhões.
Em um ano, a boneca da apresentadora elevou as vendas em 40%.
O sucesso dos licenciados despertou o interesse de outros empresários que entraram no mercado só para trabalhar com personalidades. É o caso da Boituva,
fabricante de refrigerantes.
Criada há sete meses, a empresa
prevê a venda de 7,5 milhões de
garrafas por mês, a partir de março, com as marcas Sandy e Júnior,
Eliana e Gugu. Se abrisse mão das
estrelas, a distribuição da Boituva
ficaria limitada a 3 milhões de
garrafas por mês com marcas da
própria casa, calcula Maurício
Gobbis Oseas, diretor comercial
da empresa.
Segundo ele, o lucro gerado
com a venda das marcas próprias
é de 4% sobre a receita, enquanto
o dos licenciados chega a 7%. "E
os produtos são iguais. O que muda é a embalagem e o preço. O licenciado é 35% mais caro."
Quando um produto traz a assinatura de um famoso, deixa de
concorrer nas lojas com similares
que têm como atrativo apenas o
nome do fabricante.
"O apelo do artista é mais forte
na hora da compra", diz Marcos
Saraiva, dono da Marcas, empresa que negocia contratos entre os
astros e os fabricantes. "É por
conta disso que o fabricante pode
melhorar o preço e aumentar sua
margem de lucro."
Especialistas do mercado afirmam que esse é o segredo do negócio. Pequenas e médias empresas não têm a estrutura de grandes companhias, que investem
milhões de reais para consolidar a
marca de um produto.
"A saída para os pequenos é
usar a imagem de uma estrela para chamar a atenção das mercadorias nos pontos-de-venda", diz
Carlos Takeo Tomita, dono da licenciadora Alien. "É a maneira
mais rápida e barata de diferenciar um produto na loja", complementa Marcos Saraiva.
Texto Anterior: Vendas de usados vão a 58% em 99 Próximo Texto: Mônica toca negócio próprio Índice
|