UOL


São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÉDITO

Bancos repassam aumentos da Selic, e todas as modalidades de financiamento ficam mais caras em janeiro, diz Anefac

Empresa e consumidor pagam mais juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Reflexo em parte da alta da taxa Selic acumulada em 7,5 pontos percentuais nos últimos quatro meses, os juros cobrados do consumidor -tanto pessoa física quanto pessoa jurídica- voltaram a subir em janeiro e mantiveram a trajetória ascendente em que estão desde outubro de 2002.
A alta foi verificada em todos os tipos de financiamento pesquisados mensalmente pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Para pessoas físicas, as taxas aumentaram em média 1,8% e são hoje de 8,49% ao mês -ou 165,87% ao ano. A maior alta foi no setor de empréstimo pessoal concedido por bancos, que passou de uma média mensal de 5,4% em dezembro para 5,8% em janeiro, um aumento de 7,1%.
Para o cartão de crédito, os juros anuais alcançaram 235%, 0,57% a mais que em dezembro. Os juros do cheque especial subiram 0,49% e agora são em média de 220% ao ano.
Para pessoas jurídicas, os juros são mais baixos, por volta de 4,81% ao mês -ou 75,7% ao ano. Entretanto as taxas subiram 1,91% em janeiro. A maior variação foi a do crédito concedido para financiamento de capital de giro -alta de 4,57%.
Na pesquisa da associação feita em sete Estados, o custo médio dos juros no comércio é de 6,66%. Segundo a Anefac, o único setor que elevou os juros do crediário no mês passado foi o de veículos. Financiar um carro em janeiro implicava pagar juros mensais médios de 3,99%, 6,12% a mais em média do que em dezembro.
O aumento da taxa Selic encareceu os juros para empresas e consumidores. Em outubro, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu elevar de 18% para 21% os juros básicos da economia. No mês seguinte, a taxa passou para 22%. Na última reunião do ano passado, o BC elevou os juros anuais para 25%. Em janeiro houve mais um aumento, para 25,5%.

Inflação
Segundo o BC, o aumento foi promovido para inibir os reajustes de preços e, em consequência, a inflação.
A maior parte dos aumentos da Selic ocorreu no último trimestre, mas estes só estão sendo repassados agora, de forma gradual. Além disso, a concorrência entre as instituições que concedem o crédito e a sazonalidade característica de cada setor fazem com que o repasse seja feito de forma diferenciada.


Texto Anterior: O vaivém das commodities
Próximo Texto: Panorâmica - Banco Central: Após enterro do pai, Meirelles retoma funções
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.