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CRÉDITO
Bancos repassam aumentos da Selic, e todas as modalidades de financiamento ficam mais caras em janeiro, diz Anefac
Empresa e consumidor pagam mais juros
DA REPORTAGEM LOCAL
Reflexo em parte da alta da taxa
Selic acumulada em 7,5 pontos
percentuais nos últimos quatro
meses, os juros cobrados do consumidor -tanto pessoa física
quanto pessoa jurídica- voltaram a subir em janeiro e mantiveram a trajetória ascendente em
que estão desde outubro de 2002.
A alta foi verificada em todos os
tipos de financiamento pesquisados mensalmente pela Anefac
(Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração
e Contabilidade).
Para pessoas físicas, as taxas aumentaram em média 1,8% e são
hoje de 8,49% ao mês -ou
165,87% ao ano. A maior alta foi
no setor de empréstimo pessoal
concedido por bancos, que passou de uma média mensal de
5,4% em dezembro para 5,8% em
janeiro, um aumento de 7,1%.
Para o cartão de crédito, os juros
anuais alcançaram 235%, 0,57% a
mais que em dezembro. Os juros
do cheque especial subiram
0,49% e agora são em média de
220% ao ano.
Para pessoas jurídicas, os juros
são mais baixos, por volta de
4,81% ao mês -ou 75,7% ao ano.
Entretanto as taxas subiram
1,91% em janeiro. A maior variação foi a do crédito concedido para financiamento de capital de giro -alta de 4,57%.
Na pesquisa da associação feita
em sete Estados, o custo médio
dos juros no comércio é de 6,66%.
Segundo a Anefac, o único setor
que elevou os juros do crediário
no mês passado foi o de veículos.
Financiar um carro em janeiro
implicava pagar juros mensais
médios de 3,99%, 6,12% a mais
em média do que em dezembro.
O aumento da taxa Selic encareceu os juros para empresas e consumidores. Em outubro, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu elevar de 18% para 21% os
juros básicos da economia. No
mês seguinte, a taxa passou para
22%. Na última reunião do ano
passado, o BC elevou os juros
anuais para 25%. Em janeiro houve mais um aumento, para 25,5%.
Inflação
Segundo o BC, o aumento foi
promovido para inibir os reajustes de preços e, em consequência,
a inflação.
A maior parte dos aumentos da
Selic ocorreu no último trimestre,
mas estes só estão sendo repassados agora, de forma gradual.
Além disso, a concorrência entre
as instituições que concedem o
crédito e a sazonalidade característica de cada setor fazem com
que o repasse seja feito de forma
diferenciada.
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