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TENSÃO PRÉ-COPOM
Federação das indústrias condiciona geração maior de empregos à retomada da trajetória de redução da Selic
Fiesp pressiona por queda agressiva dos juros
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defendeu ontem um corte de 1,5
ponto percentual na taxa básica
de juros da economia, a Selic, na
próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do
Banco Central), que acontece na
semana que vem.
De acordo com o diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da federação,
Cláudio Vaz, a situação pede um
corte "dois em um", como uma
forma de compensar a manutenção dos juros básicos em 16,5% ao
ano pelo BC no mês passado.
"Há espaço para isso sem nenhum risco. No começo de janeiro, os índices de inflação trouxeram preocupação, mas os números divulgados agora mostram
que a alta nos preços foi sazonal e
já se esgotou", afirmou.
Segundo Vaz, a queda da taxa
de juros é fundamental para uma
geração mais expressiva de empregos, que depende da recuperação da atividade econômica no
mercado interno.
De acordo com o diretor da
Fiesp, a expectativa da instituição
para a geração de empregos neste
ano varia de "15 mil a 35 mil".
"As exportações devem garantir
de 15 mil a 20 mil vagas neste ano.
Se o mercado interno reagir bem e
houver injeção de crédito, podem
ser criados de 30 mil a 35 mil empregos", disse.
Segundo Vaz, que concorre à
presidência da Fiesp neste ano, a
criação de 15 mil novas vagas neste ano representaria um crescimento de 1% ante 2003; de 35 mil,
uma alta de 2,25%.
Corte ridículo
Questionado sobre a possibilidade de redução de 0,25 ponto
percentual nos juros básicos na
próxima reunião, Vaz afirmou
que seria um corte "ridículo".
Ele ressaltou, entretanto, que a
declaração do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, de que
a expectativa do governo é a de
uma taxa de juros básica entre
11% e 12% no final deste ano é um
indicador favorável.
"Esperamos que o Copom mostre na próxima reunião de uma
forma prática que caminhamos
nessa direção. As condições para
uma queda na Selic estão dadas",
disse. "Nosso objetivo é que o governo teste limites com responsabilidade", completou.
Na reunião do mês passado,
quando o Banco Central manteve
a taxa Selic inalterada, após sete
cortes sucessivos, as entidades
empresariais manifestaram desapontamento.
Na ocasião, o presidente da
Fiesp, Horacio Lafer Piva, divulgou nota na qual disse que a medida deveria ter um efeito "contracionista". Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a
decisão "colocou em dúvida a retomada do crescimento".
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