São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

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Governo insiste em fundo com dinheiro do FGTS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo que não tenha apoio das centrais sindicais, o governo vai insistir na criação de um fundo para investimento em infra-estrutura com recursos do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço). Ontem, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reuniu com sindicalistas para discutir a proposta, mas não houve acordo.
Esse fundo de investimento foi instituído a partir de medida provisória, que ainda precisa ser votada no Congresso. A idéia é usar cerca de R$ 5 bilhões do FGTS em projetos de infra-estrutura. Os sindicatos querem algum tipo de garantia de que o patrimônio do FGTS não seja afetado caso esses projetos dêem prejuízo.
O governo resiste à idéia, alegando que normas da CVM (Conselho de Valores Mobiliários) proíbem que fundos de investimento desse tipo garantam algum tipo de rentabilidade mínima. Ontem, depois de se reunir com sindicalistas, Luiz Marinho disse que a decisão final será tomada pelo Congresso.
"Não há necessidade de consenso com as centrais sindicais. Não há necessidade de negociação com as centrais sindicais. Estamos abertos a negociação porque este é um governo democrático, mas quem vai decidir isso não é o governo nem as centrais, é o Congresso", afirmou o ministro.
Presentes ao encontro, os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, e da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique da Silva Santos, disseram que pretendem negociar com a CVM e com o Congresso a adoção de algum tipo de garantia.
Sem consenso sobre o assunto, ficou adiada também a decisão sobre a possibilidade de trabalhadores usarem parte do dinheiro de suas contas do FGTS para comprar ações.
As centrais sindicais propõem que 5% do saldo das contas possa ser aplicado na Bolsa, mas Marinho disse que, enquanto não houver acordo com os sindicatos sobre o fundo de infra-estrutura, o governo não tomará nenhuma decisão sobre a compra de ações.


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