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Cenário externo ajuda Bovespa a subir 1,92%
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados acionários tiveram um dia de recuperação ontem. As maiores altas foram registradas na Europa. A Bolsa de
Valores de São Paulo, que chegou a se valorizar em 3,6% na
máxima, terminou as operações de ontem com ganhos de
1,92%, aos 61.805 pontos.
A Bolsa de Nova York encerrou com seu principal índice, o
Dow Jones, em alta de 1,09%.
Na Europa, a valorização da
Bolsa de Londres no pregão de
ontem foi ainda mais expressiva, de 3,54%.
O que deu certo ânimo ao
mercado internacional foi a notícia de que o megainvestidor
norte-americano Warren Buffett se propôs a fazer uma operação para ressegurar títulos
das seguradoras Ambac Financial, MBIA e Financial Guaranty Insurance. A operação
poderia movimentar US$ 800
bilhões e melhorar um pouco o
cenário para o setor, fortemente afetado pela crise.
Além disso, os investidores
trabalharam com a expectativa
de um novo plano feito pela Casa Branca para socorrer os
americanos que têm sofrido
com dívidas hipotecárias.
No setor corporativo, a informação de que a GM (General
Motors) fará um plano de demissão voluntária, como forma
de diminuir seus custos, agradou aos mercados.
O dia favorável de ontem reduziu a queda que o Ibovespa
acumula em 2008 para 3,26%.
Já no mês, a valorização começa a chamar a atenção (3,89%).
O resultado de grandes mercados internacionais no ano é
bem pior que o da Bovespa. O
índice Nikkei, de Tóquio, tem
queda anual de 14,93%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq também é
destaque negativo, com baixa
de 12,53%. Em Londres, após a
alta expressiva do pregão de
ontem, as perdas anuais recuaram para 8,33%.
O investidor deve se lembrar,
de acordo com analistas, de que
essa melhora recente vivida pela Bovespa não significa que a
crise tenha sido deixada para
trás. Muita turbulência ainda é
prevista para o mercado internacional nos próximos meses.
"A crise segue presente, não
há sinais de que está se arrefecendo. Nos próximos dias, haverá a divulgação de novos dados econômicos nos Estados
Unidos, o que pode facilmente
voltar a estragar o humor do
mercado", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
No mercado de câmbio, o dólar desceu mais um pouco, para
terminar as operações negociado a R$ 1,751. O recuo de ontem
(0,40%) fez a baixa acumulada
no ano chegar a 1,46%. Nas operações realizadas com contratos cambiais no mercado da
BM&F pelos investidores estrangeiros nos últimos pregões,
fica claro o aumento das apostas na apreciação do real.
A tendência é o mercado rever para baixo sua previsão para o dólar -que se comportou
de forma calma nesse período
turbulento. A última pesquisa
semanal do Banco Central
mostrou que as instituições financeiras contam com a moeda
cotada a R$ 1,80 no fim de
2008. De qualquer forma, mesmo com a crise mais intensa
das semanas anteriores, as projeções para o dólar se mantiveram praticamente estáveis.
(FABRICIO VIEIRA)
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