São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Cenário externo ajuda Bovespa a subir 1,92%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados acionários tiveram um dia de recuperação ontem. As maiores altas foram registradas na Europa. A Bolsa de Valores de São Paulo, que chegou a se valorizar em 3,6% na máxima, terminou as operações de ontem com ganhos de 1,92%, aos 61.805 pontos.
A Bolsa de Nova York encerrou com seu principal índice, o Dow Jones, em alta de 1,09%.
Na Europa, a valorização da Bolsa de Londres no pregão de ontem foi ainda mais expressiva, de 3,54%.
O que deu certo ânimo ao mercado internacional foi a notícia de que o megainvestidor norte-americano Warren Buffett se propôs a fazer uma operação para ressegurar títulos das seguradoras Ambac Financial, MBIA e Financial Guaranty Insurance. A operação poderia movimentar US$ 800 bilhões e melhorar um pouco o cenário para o setor, fortemente afetado pela crise.
Além disso, os investidores trabalharam com a expectativa de um novo plano feito pela Casa Branca para socorrer os americanos que têm sofrido com dívidas hipotecárias.
No setor corporativo, a informação de que a GM (General Motors) fará um plano de demissão voluntária, como forma de diminuir seus custos, agradou aos mercados.
O dia favorável de ontem reduziu a queda que o Ibovespa acumula em 2008 para 3,26%. Já no mês, a valorização começa a chamar a atenção (3,89%).
O resultado de grandes mercados internacionais no ano é bem pior que o da Bovespa. O índice Nikkei, de Tóquio, tem queda anual de 14,93%. A Bolsa eletrônica Nasdaq também é destaque negativo, com baixa de 12,53%. Em Londres, após a alta expressiva do pregão de ontem, as perdas anuais recuaram para 8,33%.
O investidor deve se lembrar, de acordo com analistas, de que essa melhora recente vivida pela Bovespa não significa que a crise tenha sido deixada para trás. Muita turbulência ainda é prevista para o mercado internacional nos próximos meses.
"A crise segue presente, não há sinais de que está se arrefecendo. Nos próximos dias, haverá a divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos, o que pode facilmente voltar a estragar o humor do mercado", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
No mercado de câmbio, o dólar desceu mais um pouco, para terminar as operações negociado a R$ 1,751. O recuo de ontem (0,40%) fez a baixa acumulada no ano chegar a 1,46%. Nas operações realizadas com contratos cambiais no mercado da BM&F pelos investidores estrangeiros nos últimos pregões, fica claro o aumento das apostas na apreciação do real.
A tendência é o mercado rever para baixo sua previsão para o dólar -que se comportou de forma calma nesse período turbulento. A última pesquisa semanal do Banco Central mostrou que as instituições financeiras contam com a moeda cotada a R$ 1,80 no fim de 2008. De qualquer forma, mesmo com a crise mais intensa das semanas anteriores, as projeções para o dólar se mantiveram praticamente estáveis. (FABRICIO VIEIRA)


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