São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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PIB anima, mas Bovespa segue NY e recua 0,31%

Crescimento em 2007 encoraja investidores

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Munida dos bons números sobre o PIB brasileiro divulgados pelo IBGE logo cedo, a Bovespa tentou resistir à hesitação em Wall Street ontem. Na meia hora final do expediente, porém, cedeu. Tendo chegado à máxima de 63.036 pontos, acabou fechando em queda de 0,31%, aos 62.176 pontos. O dólar comercial recuou 0,53%, vendido a R$ 1,675.
"A elevação tímida que a Bolsa exibiu diante de uma baixa de até 1,5% dos índices americanos nesta quarta-feira mostra que ela está mesmo descolada do mercado financeiro de lá. Especialmente se considerarmos que, na sessão anterior, ela já havia avançado quase 4%. Poderíamos esperar até uma grande realização de lucros após tão significativa alta", afirma Gabriel Goulart, analista da Mercatto Gestão de Recursos.
Nas últimas semanas, enquanto a Bolsa de Nova York e a Nasdaq (onde se negociam ações de empresas do setor de tecnologia) enfrentavam forte turbulência pelo medo de uma recessão nos EUA e pelas dúvidas a respeito da situação das suas instituições financeiras com a crise imobiliária, o mercado brasileiro tremia menos até que o de outros países emergentes.
Após comemorarem, anteontem, o pacote de US$ 200 bilhões anunciado pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) para auxiliar as instituições em dificuldades, os investidores no mercado dos EUA deixaram aflorar suas dúvidas em relação ao programa. Sem saber o quão eficiente serão as medidas para resolver os problemas que a economia do país enfrenta, eles não querem regressar em peso às Bolsas de Valores. Dessa forma, após alternar momentos de alta e queda, o índice Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,38%, e o da Nasdaq caiu 0,53%. O novo recorde do petróleo contribuiu para o mau humor. São aguardados os dados a respeito de vendas no varejo e de pedidos de auxílio desemprego, que saem hoje, e a inflação ao consumidor, na sexta-feira.
Se o cenário parece sombrio para a maior potência mundial, no Brasil as perspectivas de crescimento fazem aumentar as apostas nas ações das empresas locais. O avanço de 5,4% do PIB em 2007 era esperado, mas os 6,2% do quarto trimestre na comparação com o mesmo período de 2006 surpreenderam positivamente os economistas. "Vários indicadores divulgados neste começo de ano, como o de produção de automóveis, embalagens e máquinas, já evidenciam que o ritmo do último período de 2007 está se mantendo, o que com certeza é bastante positivo", destaca Goulart. "Acreditamos que em 2008 o PIB cresça 4,5%, e o importante é que a média de crescimento ao longo dos anos está se mantendo alta, o que significa um ciclo sustentável."
Na opinião do analista, os números do IBGE agradaram especialmente porque foram entendidos como um sinal de que o país está em situação relativamente confortável para atravessar uma desaceleração dos Estados Unidos. "Não é nenhuma garantia de que o Brasil não sofrerá; no entanto, dá uma razoável tranqüilidade."


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