|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PIB anima, mas Bovespa segue NY e recua 0,31%
Crescimento em 2007 encoraja investidores
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Munida dos bons números
sobre o PIB brasileiro divulgados pelo IBGE logo cedo, a Bovespa tentou resistir à hesitação em Wall Street ontem. Na
meia hora final do expediente,
porém, cedeu. Tendo chegado à
máxima de 63.036 pontos, acabou fechando em queda de
0,31%, aos 62.176 pontos. O dólar comercial recuou 0,53%,
vendido a R$ 1,675.
"A elevação tímida que a Bolsa exibiu diante de uma baixa
de até 1,5% dos índices americanos nesta quarta-feira mostra que ela está mesmo descolada do mercado financeiro de lá.
Especialmente se considerarmos que, na sessão anterior, ela
já havia avançado quase 4%.
Poderíamos esperar até uma
grande realização de lucros
após tão significativa alta", afirma Gabriel Goulart, analista da
Mercatto Gestão de Recursos.
Nas últimas semanas, enquanto a Bolsa de Nova York e a
Nasdaq (onde se negociam
ações de empresas do setor de
tecnologia) enfrentavam forte
turbulência pelo medo de uma
recessão nos EUA e pelas dúvidas a respeito da situação das
suas instituições financeiras
com a crise imobiliária, o mercado brasileiro tremia menos
até que o de outros países
emergentes.
Após comemorarem, anteontem, o pacote de US$ 200
bilhões anunciado pelo Fed
(Federal Reserve, banco central americano) para auxiliar as
instituições em dificuldades, os
investidores no mercado dos
EUA deixaram aflorar suas dúvidas em relação ao programa.
Sem saber o quão eficiente serão as medidas para resolver os
problemas que a economia do
país enfrenta, eles não querem
regressar em peso às Bolsas de
Valores. Dessa forma, após alternar momentos de alta e queda, o índice Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,38%, e o
da Nasdaq caiu 0,53%. O novo
recorde do petróleo contribuiu
para o mau humor. São aguardados os dados a respeito de
vendas no varejo e de pedidos
de auxílio desemprego, que
saem hoje, e a inflação ao consumidor, na sexta-feira.
Se o cenário parece sombrio
para a maior potência mundial,
no Brasil as perspectivas de
crescimento fazem aumentar
as apostas nas ações das empresas locais. O avanço de 5,4% do
PIB em 2007 era esperado, mas
os 6,2% do quarto trimestre na
comparação com o mesmo período de 2006 surpreenderam
positivamente os economistas.
"Vários indicadores divulgados
neste começo de ano, como o de
produção de automóveis, embalagens e máquinas, já evidenciam que o ritmo do último período de 2007 está se mantendo, o que com certeza é bastante positivo", destaca Goulart.
"Acreditamos que em 2008 o
PIB cresça 4,5%, e o importante é que a média de crescimento
ao longo dos anos está se mantendo alta, o que significa um
ciclo sustentável."
Na opinião do analista, os números do IBGE agradaram especialmente porque foram entendidos como um sinal de que
o país está em situação relativamente confortável para atravessar uma desaceleração dos
Estados Unidos. "Não é nenhuma garantia de que o Brasil não
sofrerá; no entanto, dá uma razoável tranqüilidade."
Texto Anterior: Imposto de Renda - Serviço Folha - IOB: Receita volta a alertar contribuintes para terem cuidado com e-mails falsos Próximo Texto: Fraude: Funcionário de Société é detido Índice
|