PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em meio a constantes interrupções no fornecimento de energia no Rio de Janeiro, a Light, segunda maior distribuidora de energia do país, anunciou ontem mais investimentos em sua rede, embora não tenha divulgado os valores.
A companhia quer ainda usar recursos de uma multa de R$ 9,5 milhões aplicada pela Aneel para reforçar seu sistema de distribuição e reduzir o risco de novos desligamentos.
A Light convive desde o final do ano passado com frequentes interrupções no fornecimento de energia, um dos motivos que levaram a companhia a trocar sua gestão. Assumiu a presidência da companhia na semana passada o ex-diretor-geral da Aneel Jerson Kelman, indicado pela Cemig, nova controladora da empresa.
O executivo reconheceu que os investimentos não foram suficientes para evitar os problemas -consequência, segundo ele, da temperatura mais alta e das chuvas fortes neste verão.
O primeiro problema fez disparar o consumo de energia por causa do uso de aparelhos de ar condicionado. O segundo provocou danos à rede subterrânea da empresa, que cobre as zonas central e sul do Rio, as mais nobres da cidade.
"Mas isso não justifica. Temos de estar preparados porque sempre faz calor no Rio e sempre chove no Rio no verão", disse Kelman.
O executivo afirmou que a gestão anterior já havia aumentado os investimentos nos últimos dois anos, que passaram da faixa de R$ 230 milhões anuais para cerca de R$ 250 milhões. Tal cifra, porém, é insuficiente, segundo Kelman, que já pediu autorização ao Conselho de Administração para investir mais.
Nos dois últimos dias, boa parte do centro do Rio ficou às escuras. No final de 2009, o problema ocorreu recorrentemente nos bairros de Ipanema e Leblon.


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