São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2004

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PRÉ-COPOM

Levantamento do BC revela expectativa; nas 15 reuniões passadas, porém, analistas erraram previsões em nove vezes

Mercado espera queda dos juros para 16%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REDAÇÃO

O mercado financeiro espera que o governo mantenha a trajetória de queda da taxa de juros, retomada no mês passado, e que o Copom (Comitê de Política Monetária) volte a reduzir amanhã a Selic em 0,25 ponto percentual.
Levantamento feito na semana passada pelo Banco Central com instituições financeiras e consultorias revelou que analistas esperam a redução dos juros de 16,25% para 16% ao ano.
Esse dado revela a expectativa média das instituições ouvidas pelo BC. Um levantamento feito pela Folha sobre todas as reuniões do Copom que aconteceram durante o governo Lula (que começou em janeiro de 2003) mostra que o índice de acerto do mercado financeiro tem sido baixo: das 15 decisões tomadas, só seis bateram com as previsões.
O último erro de previsão aconteceu no mês passado, quando a expectativa média era de manutenção dos juros e houve uma queda de 0,25 ponto percentual.
A análise na última reunião, porém, pode ter sido atropelada por uma mudança de atitude do BC. Na ata da reunião de março, o BC reconheceu que os aumentos de preços ocorridos no início do ano podem estar relacionados a choques de ofertas (como queda na disponibilidade interna de produtos), o que até então não havia sido admitido claramente.
A reunião de abril do Copom começa hoje e será encerrada amanhã, quando o BC divulgará a taxa de juros que vai valer como base para a economia brasileira nos próximos 30 dias.

Esperança
Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse esperar que o BC anuncie um corte de "pelo menos" 0,25 ponto percentual. "Espero [um corte] de no mínimo 0,25 ponto", afirmou o ministro em passagem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Furlan preferiu não polemizar ao ser questionado sobre a necessidade de um corte maior. Disse apenas que a agressividade na redução da taxa "vai depender das análises técnicas do BC".
O ministro já disse, no mês passado, acreditar que é possível ter uma taxa real de juros de 6% a 8% ao ano, o que, no entender dele, significaria uma Selic de 12% a 13%. A expectativa de analistas do mercado é que a taxa básica de juros encerre 2004 a 14%.


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