São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2004

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TELEFONIA

Operadora exibe estudo sobre "insustentabilidade" da proposta de fixas

Embratel vê "guerra de pareceres"

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO

A contenda pela aquisição da Embratel deflagrou uma "guerra" de pareceres entre a operadora de longa distância e o consórcio formado pelas maiores companhias de telefonia fixa do país, Brasil Telecom, Telemar e Telefônica.
Ontem a Embratel enviou a três órgãos reguladores brasileiros, Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e SDE (Secretaria de Direito Econômico), um estudo de uma consultoria norte-americana, a Boston Consulting Group, e pareceres de especialistas.
Segundo a Embratel, o estudo demonstra a insustentabilidade econômica e financeira da proposta de desmembramento apresentada pela Calais, nome do consórcio das operadoras fixas.
A empresa encomendou oito pareceres. Entre os autores estão o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Direito Econômico Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, o ex-conselheiro do Cade Afonso Arinos de Mello, o ex-secretário de Comunicações Mário Leonel Neto e o ex-economista-chefe do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Armando Castelar.
Na quarta-feira passada, ao justificar a nova proposta pela Embratel, a Calais afirmou confiar no aconselhamento de consultores da área regulatória, "alguns dos maiores e mais respeitados especialistas do setor no Brasil", de que a oferta seria aprovada.
A Calais disse assegurar que a MCI, detentora do controle da Embratel, receba ao menos US$ 360 milhões -valor correspondente ao oferecido pela mexicana Telmex- caso sua proposta seja aceita por ela, mas não aprovada pelas autoridades regulatórias.
A lista dos especialistas que elaboraram pareceres para as fixas inclui o ex-presidente da Anatel Renato Guerreiro, o ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Arnold Wald, um dos autores da Lei das Sociedades Anônimas, José Luiz Bulhões Pedreira, e um advogado que assessorou o governo FHC na elaboração da Lei Geral de Telecomunicações, Carlos Ari Sundfeld.
A Calais disse que a iniciativa da Embratel de enviar os documentos objetiva só "tumultuar o processo de venda e influenciar de forma ilegítima as autoridades".


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