São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Mantega e Meirelles se aproximam

Depois de um início tumultuado, a relação entre Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central) começa a se afinar. O maior sinal disso foi a visita que Meirelles fez ao Ministério da Fazenda para apresentar Paulo Cunha, o mais novo indicado a ocupar uma diretoria do BC, a Mantega.
Na reunião, Mantega e Meirelles "fumaram o cachimbo da paz" e combinaram trabalhar nos mesmos moldes do período de Palocci à frente da Fazenda.
O encontro serviu para aparar as arestas deixadas pelas críticas de Cunha a Mantega quando ele assumiu a Fazenda. Ele tinha posto em dúvida se Mantega iria ou não manter a austeridade fiscal que marcou a gestão Palocci. A opinião de Cunha tinha desagradado ao novo ministro.
Na reunião na Fazenda, Cunha disse que teria sido mal interpretado e que nunca teria posto em dúvida a capacidade de Mantega de manter o rigor fiscal. Segundo uma fonte ligada ao BC, ele deixou claro não ter nenhum problema pessoal com Mantega e disse que queria trabalhar de forma harmônica com a equipe da Fazenda. Os três combinaram até de participarem de alguns encontros conjuntos durante a reunião do FMI, na próxima semana, em Washington.
O encontro de Mantega com Meirelles serviu para afastar a possibilidade de Fazenda e BC trabalharem de forma independente um do outro, o que seria fato inédito na história do mundo. Para ser eficiente, a política monetária precisa do apoio da política fiscal, e vice-versa. A harmonia entre Fazenda e BC é fundamental ao êxito de uma política econômica. O fato de o BC ser considerado autônomo no Brasil não significa que não tenha que ter diálogo com a Fazenda.
Mantega e Meirelles definiram também a volta dos almoços de terças-feiras com toda a equipe econômica, uma tradição que se mantém desde a época de Pedro Malan à frente da Fazenda.

PÁSCOAS DISTINTAS
Às vésperas da Páscoa, a variação dos preços de ovos de chocolate chama a atenção do consumidor. No caso de produtos especiais (com mais de 700 g), por exemplo, a diferença chega a 145%, segundo o site BuscaPé, que analisa preços de produtos em lojas on-line e do varejo de rua (veja outros dados ao lado). No caso dos bichinhos de pelúcia temáticos, a variação é ainda mais gritante, de 356%. O preço médio é de R$ 26,55 neste ano, o que mostra uma alta de 7,36% sobre 2005, quando custavam R$ 24,73 em média. Já os ovos grandes (de 400 g a 700 g) subiram 17,26% de 2005 para 2006.

NO VIZINHO
O Itaú se associou na Argentina ao banco de investimentos local MBA, que possui um portfólio de clientes pessoa física de rendimento elevado, além de várias empresas. Segundo a instituição brasileira, há mais de 25 anos no país vizinho, será uma aliança estratégica que auxiliará na busca de produtos para diferentes tipos de investidores.

RISCO BRASIL
Um estudo internacional da KPMG sobre o mercado industrial na América do Sul constatou que, apesar de o investimento direto estrangeiro ter crescido bastante no Brasil, muitas empresas continuam apreensivas com a má distribuição de renda, a dificuldade de obter capital a um custo competitivo e a crescente valorização do real em relação ao dólar e ao euro, que corroeu as margens de lucro.

DIFERENÇA "NO BRAÇO"
O tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet continua a investir nos negócios no mundo dos carros. Há mais de dez anos com uma empresa de comunicação móvel, monitoramento e rastreamento de frotas via satélite, Piquet, 53, decidiu priorizar a "dirigibilidade" na companhia de blindagem que mantém em associação com o também ex-piloto Paulo Júdice e Eduardo Sampaio Ramos. Segundo o ex-campeão, os serviços são não apenas para quem quer se proteger mas para quem gosta de dirigir, apesar dos carros mais pesados. Nesse sentido, os clientes da empresa do ex-piloto receberão, por exemplo, aulas de direção para veículos blindados, nos quais as condições ao volante são diferentes das de carros "normais".

PARCERIA NA AL
A criação de um programa sobre gestão de negócios e empresas na América Latina e acordos para pesquisas conjuntas sobre empresários e companhias da região. Esse foi o saldo de reunião entre a Fundação Dom Cabral e três centros de ensino da AL, Instituto Tecnológico Autônomo do México, PUC do Chile e Universidad de San Andrés (ARG).

CINEMA ÓRFÃO
Promovido até 2005 em parceria com uma operadora de telefonia celular, o Open Air não será realizado neste ano. O evento multimídia, com sessões de cinema ao ar livre e tela gigante, está sem patrocinador e só deve ocorrer no início de 2007. Para este ano, será comercializado um minievento com estrutura reduzida, fora dos grandes centros, segundo a SM Comunicação e a D+3, que cuidam do evento.

PARCERIA
De olho no público das classes A e B, a Droga Raia acertou acordo com a Johnson & Johnson para começar a vender lentes de contato descartáveis da marca. Será a primeira rede de drogarias do país a comercializar lentes de contato, que, até então, eram encontradas somente em óticas. Será necessária, porém, a receita médica com o grau indicado.

GENTE GRANDE
Foi negociada em São Paulo, no shopping Villa-Lobos, uma unidade da maior TV de plasma produzida comercialmente no mundo, com 71 polegadas. O aparelho da sul-coreana LG, adquirido por um consumidor que se definiu como aficionado por tecnologia e que negou que a compra tenha sido por impulso, custou cerca de R$ 270 mil.


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