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BALANÇOS
Crescimento da carteira de crédito, somado aos juros altos, melhora resultado das instituições financeiras no 1º trimestre
Lucro dos maiores bancos aumenta 56%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor bancário mostrou nos
balanços do primeiro trimestre
que está com fôlego para bater os
recordes obtidos em 2004, quando alçaram lucros inéditos.
Entre janeiro e março, os três
maiores bancos privados do país
-Bradesco, Itaú e Unibanco-
viram seus lucros aumentarem
56% em relação ao mesmo período de 2004.
Estudo elaborado pela consultoria ABM Risk mostra que o
crescimento da carteira de crédito
dos bancos, somado à alta dos juros, deu vigor renovado às instituições financeiras.
As receitas com operações de
crédito cresceram 25% no trimestre, considerando os três maiores
bancos do país.
"As taxas de juros e os "spreads"
[diferença entre o custo de captação do banco e o que ele cobra ao
conceder crédito] elevados têm
sido de grande importância para
os resultados dos bancos", diz
Erivelto Rodrigues, presidente da
consultoria Austin Rating.
A taxa básica de juros (Selic), estipulada pelo BC e que serve de referência para as outras taxas praticadas no mercado financeiro, tem
subido consideravelmente do ano
passado para cá.
De 16,25% no fim de março de
2004, a Selic está atualmente hoje
em 19,50% anuais.
Com o aquecimento econômico, houve expansão no volume de
empréstimos concedidos pelos
bancos.
No caso do Bradesco, as operações de crédito responderam por
31% do resultado registrado pelo
banco no primeiro trimestre desta ano.
O Bradesco foi o grande destaque até o momento, ao alcançar
um lucro líquido recorde de R$
1,205 bilhão entre janeiro e abril,
praticamente o dobro obtido no
mesmo período do ano passado.
O rival Itaú, que foi o campeão de
ganho em 2004, teve lucro líquido
de R$ 1,141 bilhão no primeiro trimestre do ano.
Gustavo Pedreira, analista financeiro da ABM Risk, diz que o
setor bancário deve continuar
surpreendendo no resto do ano e
registrar lucros crescentes.
O lucro apresentado pelo Bradesco no primeiro trimestre deste
ano já foi o terceiro maior da história dos bancos para o período.
Em todo o ano de 2004, o Bradesco contabilizou lucro líquido de
R$ 3,06 bilhões.
"O setor bancário também é beneficiado pela baixa concorrência. Não é simples entrar na disputa com as grandes instituições", diz Pedreira.
Rentabilidade em alta
Para os analistas, mais do que o
aumento do lucro, é importante
observar a elevação da rentabilidade das instituições, por meio de
um indicador chamado ROE (Return On Equity, na sigla em inglês). Esse indicador -que é a relação entre o lucro e o patrimônio- serve para avaliar a eficiência e o retorno potencial de uma
uma empresa, quer seja financeira ou não.
O estudo mostra que a rentabilidade sobre o patrimônio dessas
instituições saltou, na média, de
19,9% no primeiro trimestre de
2004 para 26,5% no mesmo período deste ano.
No caso dos grandes bancos,
apenas o Banespa não registrou
resultado significativo.
O lucro do Banespa -controlado pelo grupo espanhol Santander- repetiu a elevação pequena
de ganho do ano passado e cresceu apenas 1% nos primeiros três
meses de 2005.
Para explicar o resultado de
2004 do Banespa, analistas apontaram crescimento de despesas
com pessoal e de outras despesas
administrativas como pontos que
prejudicaram o crescimento do
lucro líquido do banco.
Cobranças
A receita com prestações de serviços dos bancos analisados (que
engloba transferências de recursos, emissão de cartões, entre outros) teve aumento de 21,9% no
período, dado importante para o
desempenho dos bancos.
"A relação entre as receitas de
serviços e gastos com pessoal aumentou. Isso significa que, após
quitar a folha de pagamentos, o
montante que sobra é cada vez
maior", diz Pedreira.
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